Câmara sugere plebiscito sobre abertura do comércio aos domingos

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Câmara sugere plebiscito sobre abertura do comércio aos domingos

Sindilojas se reúne hoje para analisar proposta de vereadores. Novo projeto de Lei da Liberdade Econômica foi protocolado nesta semana, mas não prevê liberação do funcionamento das lojas aos domingos

Câmara sugere plebiscito sobre abertura do comércio aos domingos
(Foto: Arquivo A Hora)
Vale do Taquari

Uma nova tentativa de adaptar a realidade local à legislação nacional da Lei de Liberdade Econômica está em discussão em Lajeado. Um projeto de lei, com esta finalidade, foi protocolado na Câmara de Vereadores no começo da semana.

A matéria foi apresentada pelo vereador Lorival Silveira (PP), atual presidente do Legislativo, e terá tramitação normal dentro da câmara, mas deve ser votada até o fim do ano para que não seja arquivada ao final da legislatura.

Questionado sobre a proposta, Silveira diz que leu a legislação nacional e achou interessante aplicá-la no município. A ideia, conforme ele, é antiga. “Falei que tinha uma lei preparada desde março, mas que protocolaria somente depois das eleições. Dois vereadores já haviam apresentado um projeto eleitoreiro no meio do ano”, lembra o parlamentar.

Tal qual a lei federal, o projeto apresentado por Silveira visa desburocratizar as atividades econômicas, com foco nas garantias e direitos dos empreendedores de atividades consideradas de baixo e médio risco. Também cria um comitê para Gestão da Declaração Municipal de Direitos da Liberdade Econômica, formado por representantes do governo municipal e dos sindicatos patronais e de trabalhadores.

Ofício para plebiscito

Diferente do projeto apresentado pelos vereadores Ildo Salvi e Mariela Portz (PSDB), o de Silveira não faz menção à liberação do funcionamento do comércio aos domingos. “Não é a Lei de Liberdade Econômica que vai dizer isso, mas sim o código de posturas. A lei que trata disso existe desde 2003. Teria de ser suprimida e criada outra”, comenta.

No começo do mês, Silveira, a pedido do vereador Sérgio Rambo (PT), encaminhou um ofício ao Sindilojas, para que este se reúna e delibere a realização de um plebiscito sobre o funcionamento do comércio dominical.
“Enquanto presidente, encaminhei esse requerimento por solicitação do Rambo. É mais para escutar a população e para que ela decida sobre isso”, salienta. Questionado sobre sua opinião. Silveira afirma: “Particularmente não concordo em mexer na lei existente”.

Interesses dos comerciários

O presidente do Sindicomerciários, Marco Rockenbach, teve reunião com Lorival antes da apresentação da proposta. Segundo ele, o vereador deixou claro que, em momento algum, pensou em permitir que os comerciários trabalhassem todos os domingos.

“Na parte que fala do comércio aos domingos, ela não muda a lei existente. Pelo contrário: ela reforça a obrigatoriedade de que se cumpra a atual legislação. Então acredito que ela não vai contra o interesse dos comerciários”, admite.

Sem diálogo

O presidente do Sindilojas, Francisco Weimer, confirmou a realização de uma reunião fechada na manhã de hoje, com integrantes da diretoria do sindicato. Disse ter tomado conhecimento do projeto nesta semana e estranhou que a matéria foi apresentada sem consulta ao Executivo.

Em relação ao mérito do texto, disse que ainda não se pode tirar conclusões e que isto será discutido na reunião. “Não entendo um projeto ser apresentado sem diálogo. É como o governo apresentar um Plano Diretor sem ouvir arquitetos e engenheiros. Fomos pegos de surpresa e só agora vamos nos aprofundar, pois é uma lei que mexe com a vida de todo mundo”, salienta.

O que diz o projeto

  •  A lei de liberdade econômica dispõe sobre normas relativas à livre iniciativa e ao livre exercício de atividade econômica e sobre a atuação do município como agente normativo e regulador;
  • Ela possui quatro princípios: liberdade como garantia no exercício das atividades; boa fé do particular perante o poder público até prova do contrário; intervenção mínima e excepcional do município sobre o exercício das atividades e o reconhecimento da vulnerabilidade do particular;
  • Entre os direitos previstos, está o desenvolvimento de atividades de baixo e médio risco sem a necessidade de atos públicos de liberação, e o desenvolvimento de atividades econômicas em qualquer horário ou dia da semana, obedecendo os critérios do Código de Posturas.

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