“Doar sangue é fazer o bem sem olhar a quem”

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“Doar sangue é fazer o bem sem olhar a quem”

No Dia Nacional do Doador de Sangue, o engenheiro de Estrela, Michael Grimm, 38, relembra os motivos que o levaram a ser um doador. Casado com Kamila, pai de Miguel, 7, e de Micael, 10, há cinco anos comparece ao hemocentro do Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, pelo menos duas vezes por ano com o simples intuito de ajudar quem precisa. Conceito que inclusive quer propagar dentro da família, fazendo que no futuro os filhos também sejam doadores

“Doar sangue é fazer o bem sem olhar a quem”
Vale do Taquari
oktober-2024

• O que lembra-se da primeira vez que doou sangue?

Faz cinco anos e foi bem complicado. Tudo por conta de um certo medo da agulha. Não é uma agulha comum. É mais grossa e na hora bateu um pouco de pavor. Eu suei frio. Fiquei muito nervoso. Mas com o passar do tempo, hoje comparo: doar sangue dói menos do que um exame de sangue normal.

Quando vamos doar, o sangue sai normalmente da veia. Na coleta para exames, o sangue é sugado pela agulha.

• Você está com 38 anos. Começou a doar com 33. Quando e como decidiu ser um doador frequente?

Doar sangue é algo tão normal. Sempre ouvíamos por aí que falta sangue nos bancos, que falta no hospital. Isso é algo que sempre comento. Eu não consigo entender como falta. Como pode? Com tantas pessoas, isso não deveria acontecer. Não há como prejudicar um atendimento nos hospitais pela falta de sangue. Isso é um absurdo. Cada um tem de ajudar um pouco, fazer o mínimo para quem está precisando.

• Mas dentro disso, dessa decisão, houve um motivo em especial para doar sangue lá na primeira vez? Havia algum amigo ou familiar precisando?

Não houve um motivo. Foi uma decisão simples, pois doar sangue é fazer o bem sem olhar a quem. E isso é gratificante.

• O que falta na sociedade para termos um olhar mais solidário?

Se colocar no lugar do próximo. É um detalhe e que faz muita diferença, pois não sabemos quando poderemos estar do outro lado, precisando de ajuda. E para a doação de sangue, é algo tão fácil de resolver. Repito, eu não consigo entender como pode faltar estoque nos bancos de sangue.

• Como trata esse assunto dentro da família?

Converso com meus filhos para eles perceberem como é importante ajudar. Tenho dois filhos e eles foram fazer exame de sangue. Criança é aquilo, se assustam com a agulha. Então até fiz fotos de como é doar, para mostrar que é tranquilo e normal.

É um assunto que falo para abrir os olhos deles, para que, no futuro, eles continuem inclusive o que estou fazendo.

• Em todos os bancos de sangue do RS houve uma baixa nas doações devido a pandemia. Para você, como foi isso? Ficou com receio?

Sim, fiquei um pouco preocupado no início. Antes da pandemia, lá por janeiro ou fevereiro, eu vim aqui para doar. Depois fiquei todo esse tempo sem comparecer. Agora, como vemos que o coronavírus está consolidado, que teremos de conviver com ele bastante tempo, resolvi enfrentar esse receio e voltei a doar sangue.

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