Há cinco meses, a Expresso Azul assumiu o transporte coletivo urbano de Lajeado, após vencer a primeira licitação feita na cidade para o serviço. Desde então, entrou de vez no cotidiano da população. E, tal qual suas antecessoras, também convive com questionamentos e reclamações pontuais.
Duas demandas, levantadas durante a sessão da última terça-feira na câmara de vereadores, chamaram a atenção. Houve até mesmo pedidos de parlamentares para que a direção da empresa de ônibus seja convocada para explicações em plenário. As queixas partiram de Marquinhos Schaefer e Waldir Blau, ambos do MDB.
Na manhã de quarta-feira, 18, durante o programa Redação nas Ruas, da Rádio A Hora 102.9, moradoras foram ouvidas sobre os problemas apresentados. Na localidade de Alto Conventos, o problema é a escassez de horários até o Centro. A única linha diária sai do local às 6h15, horário considerado muito cedo.
“A maioria dos moradores aqui trabalham no campo. Seria muito bom se tivesse mais uma opção, de repente duas vezes por semana. Isso facilitaria muito a vida da gente”, comenta Clarice Beuren. Há também uma outra linha que sai para o Centro, às 12h30. Esta, porém, apenas em período letivo.
Caminhada longa
Outra situação levantada se refere ao bairro São Bento, onde moradores da rua Irene Johann precisam caminhar quase um quilômetro até a parada de ônibus situada na rua Carlos Spohr Filho. A sugestão para o local é que uma linha de ônibus passe pelo trecho.
“Eu começo no trabalho às 5h, e por sorte meu marido me leva. Se precisasse do ônibus na ida, teria que sair de casa 3h30, caminhar quase um quilômetro de madrugada. É bem complicada essa questão. E os horários são muito estendidos, alongados. Antes tínhamos poucas casas aqui, agora a rua está quase toda habitada”, salienta uma moradora.
Ouvindo a comunidade
Conforme o diretor da Expresso Azul, Pedro Lourenço Guarnieri, as demandas solicitadas pela comunidade são atendidas. Ele lembra que a empresa, que assumiu recentemente as linhas do transporte coletivo de Lajeado, começou sua operação com 80% da capacidade prevista inicialmente no edital de licitação e com um número reduzido de passageiros.
“Está bem aquém da rodagem que pretendíamos implementar. A redução é significativa é apenas agora as escolas estavam voltando. Os estudantes representam uma parcela grande das pessoas que utilizam o transporte coletivo”, argumenta.
Segundo Guarnieri, os horários são alterados de semana em semana, conforme a verificação de demanda, e a empresa busca ouvir representantes dos bairros para fazer estas definições. “Em reunião com eles, é determinado um horário e são feitos testes para ver se há viabilidade”, afirma.
