O trabalho de quem faz acontecer as eleições

ELEIÇÕES 2020

O trabalho de quem faz acontecer as eleições

Mesários, servidores dos cartórios eleitorais e policiais militares estão entre os trabalhadores que não medem esforços na garantia de uma eleição segura e sem transtornos para a população

O trabalho de quem faz acontecer as eleições
Equipe que estará trabalhando neste domingo no Cartório Eleitoral de Lajeado. São 29 servidores que atuam na linha de frente do processo. Créditos: Mateus Souza
Vale do Taquari

Para o eleitor, o tempo em frente à urna pode levar menos de um minuto. Por outro lado, o trabalho de quem garante a segurança e eficiência do rito eleitoral exige uma intensa preparação de um seleto grupo de pessoas.
Há peças fundamentais e indispensáveis dentro do processo democrático. Entre eles, estão os mesários, os servidores e os profissionais da segurança pública. Com diferentes atribuições, cargas horárias e responsabilidades, trabalham para que o pleito transcorra dentro da normalidade.

Gilmar Hammes Rosa, 39, é um deles. Servidor público cedido pela prefeitura de Lajeado, está no Cartório da 29ª Zona Eleitoral há 12 anos. Está indo para sua sétima eleição. Tem um trabalho que não começa nem termina no dia do pleito. Afinal, atua diretamente no atendimento ao eleitor e na organização de eleições.

“Mal terminamos uma eleição e já começamos a preparar a próxima”, sintetiza Rosa, fazendo referência ao trabalho antes do pleito, que neste ano foi realizado na maior parte de maneira remota, e após o resultado das urnas. “Muita coisa é feita depois. Tem a prestação de contas, a diplomação dos eleitos. Ela não termina no domingo”.

Durante o dia do pleito, as demandas costumam ser muitas, principalmente dos mesários. Nada que assuste Rosa. “Gosto muito de atender ao público. E aqui aprendi muita coisa, de tudo o que envolve legislação eleitoral, organização. É um aprendizado grande trabalhar em eleições”, pontua.

A experiência e a juventude

A eleição de domingo será o quarto pleito de Narta Borges, 55, como mesária em Boqueirão do Leão. Acompanhou o processo de implantação da biometria e agora terá a experiência de uma eleição completamente diferente, com regras sanitárias para garantir a segurança de todos.

“Quando fui convocada não deixou de ser uma surpresa, mas com o passar dos anos tenho adquirido gosto em trabalhar nas eleições. De alguma forma entendo que estou contribuindo com o processo democrático para decidir o nosso futuro”, destaca Narta.
O trabalho dos mesários inicia muito antes do dia da eleição. Este ano, em formato online, o treinamento também proporcionou novas experiências. “Além do que já foi passado nas eleições anteriores, este ano me ative principalmente às regras por conta da pandemia de covid-19”, comenta a mesária.

Para Otávio Diefenbach, 23, tudo é novidade. Será a primeira eleição do advogado, e logo com a responsabilidade de atuar como presidente de mesa, em uma seção eleitoral na Univates. Inscreveu-se como voluntário em agosto e foi chamado.

“Como serei presidente de mesa, tive uma semana de aulas à distância sobre o funcionamento do dia. Considero muito importante participar do processo eleitoral. Poucas pessoas vivenciam isso. Vou aprender coisas que, enquanto eleitor comum, não conhecia. É bom se sentir participativo”, comenta.

Mesmo sem ainda ter trabalhado nas eleições, Diefenbach já projeta participar dos próximos. “Estou bem empolgado. Gosto muito de política e eleições. Tem um pouco daquela angústia por ser a primeira, penso nos problemas que podem ocorrer, mas acredito que vai dar tudo certo”, salienta.

Policiamento reforçado

Ameaças e compra de votos. Estas são as principais ocorrências que a Brigada Militar atende na véspera da eleição, período considerado mais turbulento pelas autoridades. Em muitos casos, as ameaças não se tornam boletins de ocorrência porque a pessoa ameaçada prefere não aparecer.

Conforme o major Fábio Kuhn, 47, chefe de operações e inteligência do CRPO-VT, no dia da votação, a principal ocorrência é o crime de boca de urna. Quanto aos locais de maior incidência, diz que estes recebem uma atenção maior do policiamento.

“Claro que estaremos patrulhando, atentos ao 190 e checando tudo. Mas nem tudo chega até nós. E vamos dar atenção especial para os lugares onde, comprovadamente, existem uma exaltação maior”, salienta.
Conforme Kuhn, o objetivo principal da BM é permitir que as pessoas possam votar livremente em seus candidatos, sem se sentirem coagidas ou ameaçadas. “Queremos possibilitar que o eleitor tenha esse direito, exerça a democracia”, comenta.

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