• O que levou você a dar aula e há quanto tempo você trabalha com isso?
Moro em Lajeado há 26 anos e comecei a lecionar música aqui no Bairro Conventos, há 12. Me sinto feliz em poder passar tudo o que aprendi relacionado à música e também por fazer o que eu mais amo, que é tocar gaita.
• Como a música tradicionalista entrou na tua vida?
Desde criança ouço músicas gaúchas, então decidi aprender a tocar gaita. Somente aos 21 anos comecei fazer aulas do instrumento com a professora Jeanete, conhecida como a “Rainha do Acordeon”. Foram cinco anos de aula na Galeria do Rosário, em Porto Alegre.
• Quais são as peculiaridades da gaita?
A gaita é tudo de bom. Assim como qualquer instrumento, ela tira o stress da rotina diária, multiplica os amigos e mantém a alma do gaiteiro feliz e saudável.
• Por que é difícil encontrar professores deste instrumento?
Essa é simples de responder. Muitos que tocam o instrumento acham legal se apresentar, mas não têm paciência para ensinar. Outro problema é que para da aula tem que ter bacharelado em música. Muitos como eu tem apenas curso técnico em acordeon. Mas temos bons professores no Vale do Taquari e a cultura vai se perpetuar.
• Tem como imaginar a música tradicionalista/nativista sem a gaita?
É impossível imaginar a música nativista, musica sertaneja, nordestina e especialmente a música gaúcha sem o som dos acordes de uma gaita. Dentro do nosso estado e a nível mundial a gaita sempre deverá existir.
• Quem são suas inspirações?
Em primeiro lugar minha professora com maravilhosos contrabaixos. Tem os Irmãos Bertussi, os Mirins, os Serranos, Gildo de Freitas e sem dúvida o Teixeirinha, nosso Rei. Esses grandes músicos e grupos que mencionei e muitos outros fizeram a melhor era do rádio dos anos 60 até os dias de hoje.
• O que a gaita significa na sua vida?
A gaita é tudo pra mim. Ela espanta a tristeza, desmancha stress. Vivo da minha gaita. Com ela, conheci novos lugares, fiz novos amigos. Em todas as emissoras do Vale, nos programas de auditório e gravações, sempre fui bem recebido. Nesse momento de pandemia sinto saudade dessa aglomeração. Torço por uma vacina eficaz o mais breve possível, para que possamos recomeçar.
• O que move o artista que deixa a família e viaja semanas pela Região Sul?
Toco gaita há 34 anos e não consigo me ver sem ela. O que move o músico é o gosto pela a arte. A gente faz muitos amigos por onde passa, isso rejuvenesce a alma e nos ajuda a viver.