“Não consigo me ver sem a gaita”

Abre aspas

“Não consigo me ver sem a gaita”

Natural de Porto Alegre, Armando da Silva Hoffmann, conhecido como Armando Gaiteiro, 60, reside no Bairro Conventos, em Lajeado, onde dá aulas de gaita. Apaixonado por música tradicionalista, torce para a pandemia terminar para voltar a se apresentar pela região.

“Não consigo me ver sem a gaita”
Lajeado

• O que levou você a dar aula e há quanto tempo você trabalha com isso?

Moro em Lajeado há 26 anos e comecei a lecionar música aqui no Bairro Conventos, há 12. Me sinto feliz em poder passar tudo o que aprendi relacionado à música e também por fazer o que eu mais amo, que é tocar gaita.

• Como a música tradicionalista entrou na tua vida?

Desde criança ouço músicas gaúchas, então decidi aprender a tocar gaita. Somente aos 21 anos comecei fazer aulas do instrumento com a professora Jeanete, conhecida como a “Rainha do Acordeon”. Foram cinco anos de aula na Galeria do Rosário, em Porto Alegre.

• Quais são as peculiaridades da gaita?

A gaita é tudo de bom. Assim como qualquer instrumento, ela tira o stress da rotina diária, multiplica os amigos e mantém a alma do gaiteiro feliz e saudável.

• Por que é difícil encontrar professores deste instrumento?

Essa é simples de responder. Muitos que tocam o instrumento acham legal se apresentar, mas não têm paciência para ensinar. Outro problema é que para da aula tem que ter bacharelado em música. Muitos como eu tem apenas curso técnico em acordeon. Mas temos bons professores no Vale do Taquari e a cultura vai se perpetuar.

• Tem como imaginar a música tradicionalista/nativista sem a gaita?

É impossível imaginar a música nativista, musica sertaneja, nordestina e especialmente a música gaúcha sem o som dos acordes de uma gaita. Dentro do nosso estado e a nível mundial a gaita sempre deverá existir.

• Quem são suas inspirações?

Em primeiro lugar minha professora com maravilhosos contrabaixos. Tem os Irmãos Bertussi, os Mirins, os Serranos, Gildo de Freitas e sem dúvida o Teixeirinha, nosso Rei. Esses grandes músicos e grupos que mencionei e muitos outros fizeram a melhor era do rádio dos anos 60 até os dias de hoje.

• O que a gaita significa na sua vida?

A gaita é tudo pra mim. Ela espanta a tristeza, desmancha stress. Vivo da minha gaita. Com ela, conheci novos lugares, fiz novos amigos. Em todas as emissoras do Vale, nos programas de auditório e gravações, sempre fui bem recebido. Nesse momento de pandemia sinto saudade dessa aglomeração. Torço por uma vacina eficaz o mais breve possível, para que possamos recomeçar.

• O que move o artista que deixa a família e viaja semanas pela Região Sul?

Toco gaita há 34 anos e não consigo me ver sem ela. O que move o músico é o gosto pela a arte. A gente faz muitos amigos por onde passa, isso rejuvenesce a alma e nos ajuda a viver.

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