IBGE aponta retomada das vendas no varejo

Economia

IBGE aponta retomada das vendas no varejo

Crescimento de 1,1% no volume de negócios das empresas gaúchas é superior à média nacional. Móveis, eletrodomésticos avançaram mais de 20%. No varejo ampliado, os materiais de construção obtiveram os melhores resultados dos últimos meses apesar da redução na oferta e aumento do preço

IBGE aponta retomada das vendas no varejo
Foto: Filipe Faleiro/Arquivo
Vale do Taquari

Após a análise mensal indicar que a indústria gaúcha atingiu o mesmo patamar produtivo do período pré-pandemia, o IBGE indica que o varejo segue essa curva ascendente. Em setembro, as lojas venderam 1,1% a mais do que agosto. É o quinto mês consecutivo de alta.

Esse percentual inclusive é superior ao visto no restante do país. A partir dos dados dos 15 estados avaliados, o incremento no nível de vendas foi de 0,6%. Os dados constam na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e foram divulgadas na manhã de quarta-feira, 11.

No específico, o comportamento do varejo gaúcho foi superior na comparação com o mesmo mês de 2019. Entre os destaques estão os setores de móveis e eletrodomésticos, com avanço que ultrapassa os 20% nas vendas.

Na avaliação do economista e professor da Univates, Eloni Salvi, esse resultado é consequência das flexibilizações para atividades produtivas que encorajam os consumidores. “O detalhe da pandemia é que as linhas de produções não foram desativadas. Alguns setores precisaram parar, mas em seguida retornaram ao normal ou até mesmo com mais produtividade.”

Com relação ao setor dos móveis e eletrodomésticos, Salvi destaca que, com as pessoas mais tempo em casa, acabam optando por produtos da linha branca. Para ele, esses movimentos de ascensão tanto na indústria quanto no varejo indicam uma retomada em “V”(após uma queda drástica, uma retomada ágil).

No varejo ampliado, a venda de veículos caiu 10,8%. Já materiais de construção tiveram evolução de 36,4%.

“Para nós, setembro teve uma queda”

O gerente de uma loja de eletrodomésticos, eletrônicos e móveis no centro de Lajeado, Carlos Furlanetto, conta que houve um grande aumento na procura de alguns itens. “Televisão, geladeira, sofás. Esses vendemos bastante.”

De acordo com ele, na análise da rede, os meses de junho, julho e agosto tiveram melhores resultados do que em setembro. “Em março, abril e nas semana do Dia das Mães estávamos fechados devido as restrições da bandeira vermelha.”

Ao reabrir, houve um incremento considerável, conta. “Já em setembro, toda a rede teve uma queda de 8% no volume de vendas.”

“A retomada é heterogênea entre os setores do varejo”

Giovana Menegotto – economista da Fecomércio
• Com as pessoas mais tempo em casa, eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e reformas movimentaram o varejo, analisa a economista.

• O que esse indicativo do IBGE mostra sobre o setor varejista gaúcho?
Giovana Menegotto – No país, o volume de vendas no varejo alcançou o patamar pré-pandemia em julho. No RS, só em setembro atingimos esse nível. Foi um pouco superior, com 0,3% acima dos dados de fevereiro. Esse é o destaque, estamos demorando mais do que outros estados para essa retomada.

• Com relação aos diferentes segmentos, qual análise da Fecomércio?
Giovana – Deram suporte ao varejo os móveis, eletrodomésticos, artigos pessoais, domésticos e as vendas dos supermercados. Há outros que estão sofrendo muito com a crise. Em especial o vestuário, calçados, e acessórios, com uma baixa de 20% na comparação com 2019.

Os dados reforçam particularidades da pandemia. Com as pessoas mais em casa, investiram em bens específicos. Compras para a casa, reformas e alimentos. De forma geral, a retomada é heterogênea entre os setores do varejo.

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