Tiago de Oliveira, 32 anos, atua como empreendedor na área da barbearia há cinco anos. Natural de Salto do Jacuí e morador de Encantado, iniciou no ramo após ficar desempregado. Muito mais que trabalhar com a beleza e autoestima do homem, Oliveira também faz o bem. Recentemente, auxiliou Washington Araújo dos Santos, um jovem de Lajeado que comercializava doces no semáforo para juntar dinheiro e fazer o curso de barbeiro.
• Por que empreender?
Empreender é deixar um legado. Empreender é ir em busca dos seus objetivos e sonhos. É estar intensamente comprometido com a sua causa individual, causa esta que vai gerar valor para o coletivo, empreender é ter resiliência para levar um “NÃO” e mesmo assim não baixar a guarda.
• Como você se sente tendo a experiência de fazer uma transformação física e também da autoestima de quem senta na cadeira do barbeiro?
Ser barbeiro vai muito além de um corte de cabelo e barba. Quando o cliente senta na cadeira viramos amigos, trocamos ideias, alegrias, tristezas e conquistas. Naquele momento a autoestima também está ligada ao seu estado mental, procuro ajudar de todas as formas para que ele saia dali muito melhor que entrou.
• Quais os desafios de apostar no próprio negócio?
Quando comecei não tinha dinheiro para investir no negócio, fui pedindo crediário nos lugares para colocar as coisas na barbearia. Então falando por mim, o maior desafio foi cumprir com o combinado com os fornecedores. Sempre trabalhei duro para isso e graças a Deus sempre consegui.
• Há alguma história que lhe marcou?
São tantas histórias que passam na cadeira que seria difícil falar de uma só. Todo dia tem uma história, uma pessoa precisando de uma palavra e de um trato no visual para elevar a autoestima e confiança. Todas as histórias me marcam porquê são únicas e especiais para quem as conta.
• Fale da sua boa ação com o Washington Araújo dos Santos.
Conheci ele após uma reportagem que teve sobre estar vendendo balas no sinal para poder pagar um curso de barbeiro. Eu entrei em contato com ele e ofereci um curso meu particular para ele se especializar mais também. Ele na hora aceitou, fui para Lajeado conhecer ele e ver a realidade.
Me contou que não tinha condições, mas mesmo assim estava trabalhando para conseguir algo melhor e mudar de vida. Me identifiquei com a história porque quando cheguei em Encantado também tive dificuldades. Na hora me dispus a ajudar na compra dos materiais pra ele começar o curso onde já estava matriculado e depois disso iniciar o meu. Fiz uma vaquinha, algumas pessoas ajudaram e eu também colaborei com algumas coisas. E hoje ficamos amigos, ele é uma pessoa que gosto muito e pretendo ajudar quando ele precisar.
