Na sexta-feira, a justiça eleitoral divulgou a sentença do caso envolvendo os polêmicos vídeos de Márcia Scherer (MDB) e Marcelo Caumo (PP), postulantes à prefeitura de Lajeado. Trata-se de uma Representação Eleitoral ajuizada pela Coligação Juntos Para Seguir em Frente (PP, PSDB PSL e PL) contra a emedebista. A Situação alega que a oposicionista “está divulgando vídeo ofensivo à honra do candidato Marcelo Caumo ao atribuir a ele vinculação com crime organizado.” O juiz ratificou a decisão liminar e mandou retirar o conteúdo “de forma definitiva”.
Caldeirão em Lajeado II
Márcia já havia retirado o vídeo do ar na segunda-feira da semana passada. Mas ela apresentou recurso à liminar. De acordo com trecho da sentença, ela apresentou documentos “apontando/indicando” que as pessoas citadas e aplaudidas pelo candidato no vídeo gravado no bairro Conservas possuem ligação com crime organizado. “Conforme informações trazidas pela representada em sua resposta e confirmado pela Agente do Parquet, ao menos uma teria antecedentes criminais”, cita o juiz eleitoral Marcelo da Silva Carvalho, titular da 29ª Zona Eleitoral.
Caldeirão em Lajeado III
O juiz confirma e reforça que o vídeo do candidato Caumo usado na propaganda eleitoral da candidata é verdadeiro. Entretanto, ressalta que não há elementos de prova que vinculem o atual prefeito e candidato à reeleição ao crime organizado. “A irregularidade na postagem/vídeo da candidata Márcia Scherer toma forma quando aponta, ou faz entender ao eleitor, que o candidato Caumo, atual Prefeito Municipal, teria dado, ou daria, acesso ao crime organizado em seu gabinete e que pessoas com histórico policial participam do projeto político do candidato”, afirma.
Caldeirão em Lajeado IV
Ainda de acordo com o juiz, a postagem da emedebista “tenta vincular o candidato, sem comprovação, ao crime organizado, sendo vazia a manifestação da candidata de que não tinha essa intenção”. Para o magistrado, “no momento em que afirmou que o crime organizado tem hora marcada no gabinete da prefeitura, exercida pelo candidato Caumo, e outras insinuações, extrapolou os limites do direito à livre expressão de pensamento, embarcando no viés perigoso da acusação sem comprovação na busca de vantagem eleitoral”.
Caldeirão em Lajeado V
O juiz reforça a determinação para a retirada definitiva (já efetivada) da referida postagem, “ficando isentadas de multa, salvo eventual astreinte já incidente em relação à representada Márcia”. Por fim, e a pedido do Ministério Público Eleitoral, Marcelo da Silva Carvalho determina “a formação de expediente criminal no PJE, com cópia integral deste feito e certificação dos antecedentes criminais de Márcia Scherer, para apuração de eventual crime eleitoral contra honra de Marcelo Caumo, abrindo vista ao Ministério Público para o que entender de seu direito”.
Tudo pelo debate
A atitude do candidato a prefeito de Estrela, Paulo Argeu Fernandes (PDT), que literalmente pulou a grade do Colégio Teutônia para tentar ingressar no debate realizado pelo Grupo Popular – a emissora havia acordado com todos os sete postulantes um horário limite para o acesso, e o pedetista foi o único a chegar atrasado –, não é recomendada, óbvio. A cena gravada na manhã de sábado foi rapidamente divulgada nas redes sociais, gerando os mais distintos julgamentos. É uma cena tensa. Fernandes chega a cortar a própria mão e é acudido por um acompanhante.
Não cabe a mim julgar o acordo entre emissora e candidatos, e tampouco quero comentar sobre a atitude de quem não aceitou a participação do pedetista no embate. Também não estou aqui para passar a mão na cabeça do candidato. Mas é impossível não pensar no paradoxo entre Paulo Argeu Fernandes e outros tantos candidatos a prefeito no Vale do Taquari. Afora o pequeno atraso, o pedetista tentou de tudo para participar do debate. Enquanto outros fugiram desse importante momento eleitoral.
Gastos em Estrela
Entre os sete candidatos a prefeito de Estrela, e conforme os dados já divulgados no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Valmor Griebeler (PL) é quem mais arrecadou recursos: R$ 56,2 mil. E até o momento ele já contratou R$ 11,7 mil em despesas. Comandante César (MDB) arrecadou R$ 40,7 mil e já contratou R$ 16 mil em despesas. Na sequência aparecem Elmar Schneider (PT), R$ 35 mil e R$ 48,9 mil; Denise Goulart (PT), R$ 26 mil e R$ 6,5 mil; Paulo Argeu Fernandes (PDT), R$ 20 mil e R$ 0,00; Policial Diego de Castro (DEM), R$ 14,7 mil e R$ 6,1 mil; e Eduardo Wagner (PSL), com R$ 11,8 mil arrecadados e R$ 9,6 mil em despesas já contratadas.
Caiu no esquecimento?
Na próxima segunda-feira, a histórica enchente de julho de 2020 completa quatro meses. E a impressão é de que a lição não foi devidamente compreendida entre os gestores municipais. Afora o esforço comunitário do Corpo de Bombeiros Voluntários Imicol de Colinas e Imigrante, que insistiu e garantiu a instalação de réguas de monitoramento da água no Rio Taquari, pouco ou nada se fez nas principais cidades do Vale do Taquari. Será que o assunto já caiu no esquecimento?
Em Lajeado, afora os estudos para a reavaliação da cota 27 em alguns pontos e os anúncios de recursos, pouco se fez até o momento. Os danos causados às ruas Bento Rosa e Osvaldo Aranha seguem aparentes e o governo sequer possui um Coordenador de Defesa Civil – o ex-servidor foi desligado para concorrer à vereança. Já em âmbito regional, não há por parte dos prefeitos uma articulação vigente para a conquista de um sistema de monitoramento e alerta mais eficaz.