Adesão ao retorno presencial alcança 25% dos estudantes

Ensino Fundamental do Estado

Adesão ao retorno presencial alcança 25% dos estudantes

Consulta feita às famílias de estudantes dos últimos anos do Ensino Fundamental mostra que maioria opta pela continuidade das atividades remotas

Adesão ao retorno presencial alcança 25% dos estudantes
Materiais de higiene começaram a chegar nas escolas estaduais do Vale na quinta-feira passada (Foto: Filipe Faleiro)
Lajeado

Na semana em que o Ensino Fundamental de todas as redes tiveram autorização para voltar, apenas as instituições do Estado seguem sem prazo para reabrirem. Tudo por conta do atraso na entrega dos itens necessários para implantação dos protocolos dentro das escolas.

Em meio a essa espera, as direções e a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) organizam a rede para o retorno, ainda sem previsão. Do total de 6.169 alunos matriculados em 69 instituições com anos finais do Fundamental, a estimativa é que 25% voltem às salas de aula.

Conforme a CRE, desde a quinta-feira passada, chegaram materiais para as escolas estaduais de Teutônia, Encantado, Taquari, Bom Retiro do Sul e Lajeado. A decisão da coordenadoria é que enquanto as escolas não receberem os EPIs e materiais, devem permanecer no modelo de ensino remoto.

A compra centralizada dos 12 itens tidos como fundamentais para atender os protocolos de segurança nas escolas é o motivo apontado pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para a impossibilidade da reabertura das escolas dentro do prazo estabelecido.

Conforme o Piratini, são mais de 30 mil entregas, em 2.467 escolas. Como se tratam de diversos fornecedores, houve dificuldade em estabelecer uma logística integrada para garantir o fluxo de chegada dos itens às instituições da rede pública estadual.

O investimento para compra dos equipamentos chegou a R$ 270 milhões. Do montante, R$ 15,3 milhões foram destinados à compra de equipamentos de proteção individual (EPIs); 9,8 mil termômetros infravermelhos; 328 mil máscaras infantis; 1,9 milhão para infanto-juvenil; e 1,3 milhão para adultos.

Pouca procura no Ensino Médio

No Vale do Taquari, são 42 escolas com Ensino Médio e que devem retornar assim que os materiais cheguem. Pelo levantamento da CRE, indicam que 19% dos estudantes do Ensino Médio comunicaram interesse em retomar às aulas presenciais. Se trata da maior rede de educação do Vale, com mais de 8 mil alunos matriculados.

Pelos protocolos a prioridade neste primeiro momento será atender alunos com mais dificuldade de assimilação dos conteúdos e também que não tem acesso a internet.

Cada escola terá um modelo. Algumas terão aulas todos os dias e outras terão duas turmas, com atividades intercaladas, com uma semana presencial e outra remota. A carga horária em sala de aula também será menor, com três horas presenciais por dia.

Impasse com a Famurs

Com a decisão do governo do Estado, em apenas liberar eventos em municípios que autorizarem o retorno das aulas, a Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs) se posiciona contra o retorno das atividades presenciais nas escolas e entende que os gestores têm autonomia para decidir sobre a liberação de eventos.

A Famurs considera que ainda não é o momento mais seguro para o retorno de servidores e alunos, pelo fato de que municípios terão dificuldade para atender os protocolos no transporte escolar. O presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, enfatiza que os municípios também devem enfrentar dificuldade na fiscalização de cumprimento dos protocolos sanitários. “Os prefeitos e prefeitas não terão condições de fiscalizar tamanha quantidade e diferença de protocolos estabelecidos pelo governo do Estado, precisamos fazer este alerta, pois amanhã ou depois poderemos ser cobrados”, alertou.

Ficou definido que a Federação irá agendar uma reunião com o Ministério Público Estadual para debater a dificuldade do retorno das aulas, o condicionamento da liberação de eventos e a posição do órgão a respeito do tema.

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