A professora Leda Paulina Neutzling Fraga, 62, está aposentada desde 2018. Mas segue atuando naquilo que mais gosta: contar histórias infantis. O dom, desenvolvido ainda nos tempos de Magistério, foi aperfeiçoado na faculdade de Pedagogia e no contato com os filhos. Profunda conhecedora do universo da literatura infantil, foi uma das participantes da 1ª Festa Literária de Lajeado.
• Quando você descobriu o dom da contação de histórias infantis?
Isso foi acontecendo aos poucos, porque no Magistério, que cursei no Colégio Madre Bárbara, fui me identificando com as histórias infantis. E também sempre desejei trabalhar com crianças menores. Assim, sentia e percebia o quanto os pequenos se envolviam com encantamento nato de uma história.
• Como foi os seus primeiros passos na contação?
Tinha meus dois primeiros filhos, Pauline e Bruno. As primeiras experiências de ler foi para eles, cantar rimas e versos, narrar histórias com entonações diferentes, fazer do enredo um suspense ou surpresa no desfecho até chegar ao final, que nem sempre seria o “felizes para sempre”. Enquanto tudo isso foi se acontecendo na prática na minha casa, foi também na escola. Junto a isso fui estudando, conhecendo o universo da literatura infantil e tudo mais que me era possível e disponível.
• Que tipo de histórias você mais gosta de contar? Tem alguma que é a favorita das crianças?
Tenho alguns critérios de escolhas das obras, do enredo, dos personagens. Apresento e escolho aquilo que possivelmente seja do interesse das crianças, conforme as idades. Mas são os famosos contos, como Chapeuzinho Vermelho, João Pé de Feijão, Pinóquio, e muitos outros, que parecem ser repetitivos, mas são atemporais e as crianças são outras. Toda criança em determinada fase necessita de muitas repetições de determinada história, porque precisa identificar-se. Junto disso, percebo que as personagens são apreciadas pelos pequenos, que suscitem medo, como o lobo mau, a bruxa, o gigante, e outros.
• E como está sendo a experiência de fazer contação de histórias online na Festa Literária?
Está sendo importante, porque envolve muitas pessoas que trabalharam na organização e, com certeza o público, que normalmente gosta e aprecia uma boa feira de livros, terá suas compensações mesmo em tempo de Pandemia. É a primeira vez que participo, e estou feliz por poder apresentar história às crianças. É muito válido ter uma Festa Literária em nossa cidade.
• As tecnologias auxiliam na contação de histórias?
As tecnologias, as redes sociais estão presentes em nossas vidas, e em tempos de pandemia está sendo um recurso precioso, muito importante. Me parece até muito proveitoso para tantas coisas, e por isso também usar para contar histórias para crianças.