Profissão que transforma vidas

Dia do Professor

Profissão que transforma vidas

Em homenagem ao Dia dos Professores, conheça histórias de quem abraçou a docência como seu propósito

Profissão que transforma vidas

Clarice Marlene Hilgemann, 64, concluiu o Curso Científico, hoje chamado de Ensino Médio, em 1976, no Colégio Martin Luther, de Estrela. Na época, não tinha pretensão de se tornar professora, mas como não haviam muitas opções de graduação, decidiu se matricular no curso de Letras, que era oferecido Univates.

Durante o processo, conheceu um professor que mudou sua percepção sobre a docência. “Ele conseguiu me fazer enxergar a importância da Língua Portuguesa e como é gostoso trabalhar com isso. Lembro dele com muito carinho, pois me orientou em toda minha vida profissional e é meu amigo até hoje”.

Depois da graduação, Clarice ainda se especializou e fez mestrado na área. “Começou por um acaso e virou paixão”, brinca. Mas o acaso também trouxe outros amores. Foi na escola, enquanto ainda eram estudantes, que Clarice conheceu o marido Werner Kurt Hilgemann, 69, com quem hoje divide a vida e as salas de aula do CML.

Werner ensina História e recorda que, quando escolheu a profissão, a docência era mais valorizada, mas o que o motivou a seguir na carreira foi a compreensão de que “o professor é responsável por ensinar coisas elementares, como ler, escrever, pensar e amar”, explica. “Tudo isso contribui para construir um mundo melhor”.

Quando o filho Maurício Hilgemann, 39, contou que gostaria de seguir a profissão dos pais, foi uma grande surpresa, lembra Clarice. Para Marcelo, que hoje é professor de Química no Colégio Madre Bárbara, de Lajeado, a escolha se deu pelo impacto da profissão. “É por meio da educação que podemos mudar a vida das pessoas e contribuir para construção de um mundo melhor”, destaca.

Para a família, lecionar é um compromisso e um desejo de contribuir para um mundo mais humano, com mais responsabilidade social e menos individualismo. Clarice conta que muita coisa mudou desde a época em que começou a lecionar. A figura do professor era vista de outra forma, lembra. Além disso, a falta de uma remuneração justa também frustra muitos profissionais e dificulta a adesão dos jovens à profissão, acredita.

“Quando um professor trabalha em várias escolas ao mesmo tempo, como conseguirá dar aos alunos a atenção que gostaria ou que eles merecem? Mas o professor precisa fazer isso para sobreviver. Se não houver uma mudança, essa realidade continuará”.

Apesar das dificuldades, Clarice destaca que, ao longo de todos os anos que passou dentro das salas de aula, sempre encontrou um bom ambiente de trabalho. Por isso, para quem pensa em abraçar a missão de ensinar, Clarice destaca que “o século é da tecnologia, mas a escola precisa continuar sendo um espaço que, com paciência, sensibilidade e competência, se ensine a pensar e conviver ouvindo e respeitando o outro”.

 

O desafio dos novos professores

 

Assim como Clarice, a estudante Tainara Sargenheski, 22, não considerava uma carreira como professora até pisar pela primeira vez em uma sala de aula. Tudo começou no magistério, hoje chamado de Curso Normal, por incentivo da mãe. “Ouvia muitos aspectos negativos sobre a profissão, mas minha mãe sempre acreditou e me apoiou”.

A primeira experiência como professora foi durante um estágio. Era uma turma de crianças entre quatro e cinco anos, lembra. “Maravilhei-me ao descobrir a potência das crianças e, principalmente, sobre como me sentia ao estar com elas”.
Depois que concluiu o magistério, Tainara decidiu curar Pedagogia. Já na primeira disciplina, percebeu que a infância era a área em que gostaria de se dedicar após a formatura, marcada para o próximo ano.

Apesar dos desafios da profissão, a jovem nunca pensou em desistir. Para ela, o principal desafio hoje é romper com a desvalorização por parte da sociedade. “Acredito que entender a importância do papel do professor é fundamental, pois atuamos com vidas e somos responsáveis por apresentar a infinidade de opções que o mundo oferece para as crianças”, destaca.

Para Tainara, muitas pessoas não compreendem a responsabilidade e o compromisso do trabalho do professor. “Entretanto, isso nunca os impediu de continuar exercendo o seu papel da melhor forma possível”.

A “profe Nara”, como é chamada pelos alunos, considera que ser recebida com sorrisos sinceros e poder acompanhar a evolução e crescimento dos alunos não é a melhor parte de ser professora.

“Já vi bebês dando os primeiros passos, já ouvi a primeira palavra de uma criança, já vi os olhos brilharem ao reconhecer as letras e, o melhor de tudo, todos os dias os vejo deslumbrados ao apreciar as coisas mais simples do cotidiano”.

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