Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), referentes a janeiro até setembro, confirmam que 2020 é um ano de redução nos crimes. Os indicadores criminais foram apresentados pelo Estado na manhã de ontem.
No Vale do Taquari, houve queda nos homicídios (-19,4%), nos furtos (-34,4%) e nos roubos (-38,2%). Por outro lado, os estelionatos cresceram 87% e o tráfico de drogas também teve avanço, de 32,9%.
De janeiro a setembro deste ano, foram registrados 29 homicídios, com 31 vítimas de assassinatos. No mesmo período do ano passado, os crimes contra a vida somaram 36, com 38 pessoas mortas.
Para as autoridades policiais, esses números são resultado das ações de combate ao crime organizado, por meio de operações conjuntas em áreas deflagradas pelo tráfico.
Somado a isso, o delegado regional da Polícia Civil, José Romaci Reis, destaca a investigação persistente para descobrir a autoria dos assassinatos. “Há uma conjunção de fatores. Em Lajeado, temos um trabalho contínuo, uma apuração minuciosa desde o ano passado. Isso tem provocado essa redução.”
Na avaliação do policial, o Vale tem tido redução nos índices de assassinatos desde 2019, quando foi criada uma estratégia de combate pontual. O modelo integrado aproxima órgãos de segurança, promotoria de Justiça, judiciário e integrantes dos governos municipais. “Tivemos uma situação atípica em janeiro, quando houve assassinatos derivados de disputas e acertos de contas entre grupos rivais”, diz o delegado Reis.
Essa queda nos crimes contra a vida é inédita no RS. Entre as 23 cidades prioritárias do RS, consideradas mais violentas, Lajeado está entre as seis que não tiveram nenhum assassinato em setembro. No RS, essa queda no número de assassinatos é inédita. O total no RS caiu de 126 no ano passado para 103 (-18,3%), o menor para o mês em toda a série histórica.
Com o resultado, foi mantida a diminuição no acumulado deste ano, frente ao mesmo período de 2019. Na soma de vítimas entre janeiro e setembro, o total reduziu de 1.380 no ano passado para 1.281 neste ano (-7,2%), o menor número desde 2007, que teve 1.271 óbitos por assassinato no intervalo de nove meses.
Crescimento no estelionato e no tráfico
O estelionato aumentou 87% de janeiro a setembro deste ano em comparação com o mesmo período de 2019. Conforme o delegado Reis, há três modos de operação mais comuns. Criminosos que usam documentos falsos para se passar por alguma empresa e fazer compras; outro pelo telefone ou whatsApp, em que o falsário se passa por alguém próximo. Outro crime que se disseminou neste ano são as exposições de fotos íntimas, em que o criminoso chantageia a vítima.
“São crimes que é difícil coibir. Se trata de uma cilada. O falsário engana a vítima. O que temos de fazer é trabalhar a conscientização.”
Reis também destaca a necessidade de desconfiar de propostas financeiras muito boas ou relacionamentos que surjam de forma inesperada por meio dos aparatos tecnológicos.Por ser um crime de menor potencial ofensivo, quando se chega ao autor a pena de prisão é branda.
Quanto ao avanço nas ocorrências de tráfico de drogas, o delegado explica que esses números estão diretamente ligados a atuação das polícias. “É difícil de medir se houve crescimento ou redução. Quando temos mais prisões, é por que as polícias agiram de forma mais pontual.”
