• O que representa para ti o Dia do Escritor?
Não é uma data (re)conhecida pela sociedade. Então, digamos que é mais um dia em que os escritores de fato se debruçam por sobre as letras para decifrar o mundo. Isso é um desafio grande. A data em si, idem.
• Quando é que você se deu conta que levava jeito para a escrita?
Não houve um momento. Mas lembro de alguns sinais. Por exemplo, quando na terceira série do Curso Primário recebi o terceiro lugar na categoria “Composição” sobre a Semana da Árvore, que abarcava as escolas de todo o município de Lajeado. Na época, o município abrangia boa parte do território do Vale do Taquari, hoje retalhado pelas diversas emancipações. Eu frequentava o Grupo Escolar de Vila Progresso, hoje, município de Progresso.
• Você escreveu três livros acerca da história da Univates. O que essas obras representam?
O primeiro, foi editado em 2009, quando das festividades sobre os 40 anos da Instituição. Os dois outros, ano passado, quando a Instituição celebraria 50 anos de atuação no Vale do Taquari.
O Lendo Memórias foi uma edição revista e ampliada da obra de 2009. O Lendo Imagens foi a feliz tentativa de contar a história da Univates através de fotografias. Essas obras, em seu conjunto, reúnem tudo o que compreendo necessário no ofício de escrever: dedicação, rigor metodológico, ética no sentido mais amplo da palavra, e sapiência.
• Você tem alguma inspiração? Que leitura mais te agrada?
A inspiração vem daquilo que o olhar capta, vê e significa. O cotidiano me move. Quanto aos autores, vou mencionar o moçambicano Mia Couto, o rio-grandense Luiz Antônio de Assis Brasil, o português Fernando Pessoa, o também português José Saramago, a ucraniana-brasileira Clarice Lispector, o colombiano Gabriel García Márquez. E inúmeros outros, coetâneos ao meu momento, ou clássicos atemporais. Cada um inspirando fortemente a minha vida e a minha escrita.
• O que você diria para alguém que quer adquirir o hábito de ler e escrever?
O hábito de leitura é algo muito particular. Não se vai conseguir impor isso a ninguém, em qualquer faixa etária. O entendimento que tenho é de que o texto escrito passa a ser uma necessidade quando nos movemos com inquietude no mundo. A pessoa desacomodada, incomodada, desafiada, vai encontrar, necessariamente, as letras pelo caminho. É inevitável.