Comércio de máquinas agrícolas em alta

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Comércio de máquinas agrícolas em alta

Com 611 tratores comercializados no RS em agosto, vendas crescem 19,3% em relação a 2019

Comércio de máquinas agrícolas em alta
Foto: Felipe Neitzke
Vale do Taquari
oktober-2024

Apesar da pandemia e falta de componentes nas fábricas, a venda de máquinas agrícolas registra alta no RS. Em agosto Foram comercializados 611 tratores e 95 colheitadeiras de grãos, alta de 28,13%, em relação a 2019, quando foram vendidas 551 unidades (tratores/colheitadeiras).

Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Já em relação ao primeiro semestre, com 2.017 vendas, há recuo de 14,2%, comparado ao mesmo período do ano anterior, quando alcançada a marca de 2.353 unidades.

Conforme o supervisor de loja, Marcelo Henrique Hubner, o setor registra uma boa alavancada desde o início do segundo semestre, impulsionado pela redução da taxa de juros e liberação de recursos do governo federal. “Foram liberados R$ 33 bilhões para financiamento pelo Pronaf, com juros de 2,75% e 4% ao ano, para custeio e comercialização”, destaca.

A expectativa de Hubner é que o governo faça um aporte nos recursos para manter o ritmo das vendas. “Financiamento direto pelos bancos também se tornou atrativo, com juros na faixa de 8%. Em 2019, chegou próximo a 12%.”

Para garantir as vendas em tempos de isolamento social, o time comercial busca novas ferramentas para prospectar clientes. Marcelo é supervisor na Brenner Agro, distribuidora de tratores em Lajeado.

“Nos primeiros meses da pandemia, fomos obrigados a recuar com a equipe de campo, focando no atendimento virtual. Os meios digitais ganham força e aproximam o cliente do nosso produto”, revela Marcelo.

De acordo com Hubner, a tabela de preços do trator novo subiu em média 10%. “A procura está aquecida, resta saber por quanto tempo o estoque das empresas vai suprir a demanda”.

Adriano Spezia é consultor de negócios, atua no ramo agrícola faz mais de 30 anos. “Estou motivado e otimista, pois o agronegócio faz a economia girar mesmo em tempos difíceis e, por isso acredito que vamos colher bons frutos”, comenta.

Sem medo de investir

Em Vila Fão, distrito de Marques de Souza, o avicultor Leonelo Zanoni, 65, não pensou duas vezes quando surgiu a oportunidade de adquirir um novo trator agrícola. “Fiz a troca pensando no desempenho que a nova máquina traria na propriedade. É um trator que faz o serviço de dez pessoas”.

Produtor no segmento de ovos férteis, conta com 4 aviários, alojando 26 mil galinhas. O novo trator, mais compacto e potente, agiliza no manejo dentro dos galpões.

“Não podemos ter medo de investir. O momento é complicado em todos os setores. Nós avicultores, por exemplo, estamos trabalhando com uma margem muito estreita. O custo de produção subiu consideravelmente”, relata o agricultor.

Para Zanoni, o agronegócio tem mantido a economia. “Enquanto a indústria e o comércio param, o agricultor continua produzindo e gerando renda”.

Bom negócio para o usado

Com o dólar em alta, redução de produção nas indústrias, falta de matéria-prima e demais fatores comerciais, a procura por máquinas agrícolas usadas também cresce.

Na semana passada, o agricultor Adilso da Rosa, 46, adquiriu um trator mais potente, tracionado e adequado às suas necessidades na propriedade em Pedras Brancas, interior de Boqueirão do Leão.

Adilso investiu R$ 65 mil em um trator seminovo. Atraído pela diferença de preço em relação a uma máquina nova, o agricultor está satisfeito com a negociação.

Para dar conta do trabalho na serraria móvel e área com 38 mil pés de tabaco, Adilso destaca a necessidade do trator diante da falta de mão de obra. “Sem o uso de máquinas fica difícil tornar a propriedade rentável.”

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