O debate entre os candidatos a prefeito de Arroio do Meio foi interessante. O melhor até o momento. A cordialidade entre o representante do MDB, Klaus Schnack, e do PP, Danilo Bruxel, engrandeceu ainda mais o evento idealizado e realizado pelo Grupo A Hora. Deveria servir de exemplo. O tempo escasso impediu uma abordagem mais aprofundada sobre temas complexos, claro. E isso é um mal que atinge a imensa maioria dos debatedores. Mas restou claro que a comunidade arroio-meense tem duas boas opções para novembro.
Houve apenas um momento de provocação entre ambos. E foi leve. Danilo questionou a abertura, durante a gestão de Klaus Schnack, de um financiamento milionário para pavimentações. “A cidade possui um orçamento de R$ 80 milhões, era necessário um financiamento para o próximo gestor pagar?”, questionou.
Por sua vez, o oponente questionou a proposta de Bruxel, que abriu mão do Fundo Eleitoral. “Nunca utilizamos esse Fundo Eleitoral, e nem sabemos como utilizar. Qual o valor que você iria utilizar?”, instigou o atual prefeito. E ficou nisso!
Habite-se do prefeito
O suplente de vereador Djalmo da Rosa (MDB) apresentou um tema novo na sessão plenária de terça-feira. Aliás, ele complementou um tema levantando anteriormente pelo colega de bancada, Carlos Ranzi (MDB). Desta vez, porém, com mais informações. Ranzi havia citado uma preocupação com residências habitadas e sem Habite-se. Rosa foi direto. Segundo ele, o prefeito Marcelo Caumo (PP) mora em uma residência sem Habite-se (a certidão expedida pela Prefeitura atestando que o imóvel está pronto para ser habitado e foi construído conforme as exigências legais estabelecidas).
Sem Habite-se, o IPTU – e outras taxas — é calculado com base em um terreno sem edificações. Sendo assim, a alíquota é de 1% sobre o valor do terreno (no caso do prefeito, avaliado em R$ 270 mil). Com Habite-se, a alíquota cai a 0,25% sobre o valor da casa (no caso do prefeito, só a casa “em construção” está avaliada em R$ 1,4 milhão). Questionado, o candidato à reeleição pela coligação Juntos Para Seguir em Frente (PP, PSDB, PSL e PL) confirma que mora em uma residência que ainda não possui o Habite-se. “Ainda não o solicitei porque tenho detalhes a fazer na casa”, informa.
Pesquisa em Estrela
O empate técnico entre Valmor Griebeler (PL) e Elmar Schneider (PTB) na pesquisa espontânea de intenção de votos é instigante. Vice-prefeito e ex-Secretário de Saúde, ambos participaram ativamente da atual administração, e resta claro que essa janela foi benéfica para os dois postulantes. Griebeler, no entanto, leva duas vantagens sobre o experiente adversário. Ele está à frente na pesquisa estimulada, e atrás na pesquisa de rejeição. Ou seja, o PL larga na frente.
Pesquisa em Estrela II
Bastante incisivo nos debates, o candidato Paulo Argeu Fernandes (PDT) tem números curiosos. Ele é o segundo candidato mais rejeitado. O pedetista perde apenas para o petebista Elmar Schneider (22,2% contra 19,1%). Ao mesmo tempo, o seu nome sequer consta na pesquisa espontânea de votos. Ou seja, ele não foi lembrado no momento do necessário apoio, mas foi bastante citado no momento da rejeição. São números bastante preocupantes para um início de campanha.
Pesquisa em Estrela III
Candidato para supostamente representar a Situação, Comandante César (MDB) larga em quarto na pesquisa espontânea e em terceiro na estimulada. Há quem aposte em um crescimento a partir de um apoio maior por parte do atual prefeito, Carlos Rafael Mallmann (MDB). Entre os eleitores estrelenses, a impressão é de que não resta claro quem é Situação e quem é Oposição neste pleito de sete candidatos. E isso pode prejudicar, e muito, as estratégias do atual chefe do Executivo.
Pesquisa em Estrela IV
Os candidatos Policial Diego de Castro (DEM) e Denise Goulart (PT) conquistaram, juntos, menos de 1% das intenções de voto na pesquisa espontânea. Índices baixos para a vitória. Por outro lado, e diante de sete candidatos, há quem acredite em grandes surpresas. Segundo a pesquisa espontânea, mais de 50% dos eleitores de Estrela ainda estão indecisos. Se é possível uma “virada histórica” por parte de quem está abaixo na tabela, eu não sei. Mas sei que tem muito voto disponível.
Pesquisa em Estrela V
Eduardo Wagner (PSL) ficou em uma posição intermediária na pesquisa espontânea e na pesquisa estimulada. Por outro lado, é o candidato com menor índice de rejeição entre os sete postulantes ao cargo de prefeito (a). Ou seja, a pesquisa do Instituto Methodus confirma que teremos muitas emoções e possíveis reviravoltas até o dia 15 de novembro. E a pesquisa, que já poderia ter sido divulgada na semana passada, tem esse potencial: garantir subsídios para mudanças de estratégias.
Bairrismo estrelense
Durante o debate, o populismo imperou entre a maior fatia dos candidatos a prefeito de Estrela. Essencialmente quando o assunto foi o complexo portuário construído na margem estrelense do Rio Taquari. Na ânsia de conquistar a simpatia dos eleitores, alguns postulantes reforçaram a tese de que os empresários locais terão preferência. E isso é ruim. O próximo gestor precisa atrair empresários de Lajeado, Encantado, Teutônia, Porto Alegre, Nova Iorque, Paris e Melbourne. E também de Estrela. Mas eu confio em uma mudança de postura entre nobres candidatos!