“Artes marciais me direcionaram a ser uma pessoa bem-sucedida”

Abre aspas

“Artes marciais me direcionaram a ser uma pessoa bem-sucedida”

Morador de Arroio do Meio, Edson Soares, 44, dedicou a vida à prática do karatê, judô e jiu-jitsu. Muito além das técnicas de luta, as artes marciais se tornaram para ele uma forma de melhorar a saúde e o psicológico

“Artes marciais me direcionaram a ser uma pessoa bem-sucedida”
Arroio do Meio

• Como conheceu as artes marciais?

Eu morava em São Paulo em uma cidade com núcleo de colonização japonesa. No meio da praça deles, havia um dojô (local de treinos) com aulas de karatê e judô. A gente não podia entrar lá. Então, por muitas vezes eu ficava na porta olhando, era criança, e isso despertou a vontade. Depois surgiu ainda mais vontade com os filmes de artes marciais.

• Quando começou a treinar?

Comecei em 1993, tinha uns 13 anos. Na época, já estava em Arroio do Meio e a dificuldade era encontrar professores. Muitos vinham, mas ficavam pouco tempo quando percebiam que não dava retorno financeiro. Ai tinha que começar e parar.

• Quais as artes marciais que já teve contato?

Desde os 20 anos treino karatê e não parei mais. Também treino jiu-jitsu desde 2001. Judô comecei em 2008 e sou graduado faixa marrom.

• Dessas modalidades, tem alguma que é mais completa?

Mais completa não existe. Tudo dependente da dedicação do praticante e dos objetivos. Eu uso as artes marciais como filosofia de vida para a saúde e para mente. Antigamente gostava das competições. Neste caso, o judô é diferente do karatê. Não gosto de competições de karatê, pois não se pode golpear forte. Já no judô não há como derrubar mais ou menos. Na perspectiva de competições, prefiro o judô.

• Como a arte marcial já ajudou na tua vida?

Em três situações distintas. Uma delas foi em Caxias do Sul. Indo para casa a pé, passei por um viaduto e quase fui assaltado. A pessoa veio contra mim, mas quando viu escrito na mochila “karatê”, ela recuou. Outra situação foi um dia de chuva que estava andando de moto e a lama sujou a placa. Policiais não viram a numeração e me pararam. Quando eles viram a mochila do karatê, perceberam quem eu era, pois na época tinha um colega da Brigada Militar que treinava comigo. A outra situação foi o autocontrole de não agredir em uma invasão de domicílio. Eram três, mas como percebi que eles não tinham técnica e facilmente iria conseguir reverter a situação, não parti para o conflito.

• Você já teve de usar as técnicas de luta em algum momento?

Já tive de adotar o uso preventivo da força pra evitar ser agredido e agredir, mas foi só o suficiente para a pessoa perceber que não deveria continuar. Fiz pois não havia outro recurso.

• Se pudesse resumir o ensinamento da arte marcial em poucas frases, o que diria?

As artes marciais me direcionaram para ser uma pessoa bem-sucedida. Eu não sou rico, não possuo milhares de bens, mas tenho uma vida digna, educo meus filhos e tenho uma boa família. Com certeza foi através das artes marciais que cheguei esse equilíbrio.

• Você aconselharia outra pessoa a praticar arte marcial?

Com certeza, hoje dou aula em uma escola de formação e especialização de segurança privada. Tudo certificado e regulamentado. Aconselho os alunos do curso, após a formação, procurar uma academia e um mestre que seja registrado a praticar artes marciais. Só é preciso cuidar a qualificação, pois hoje temos muitos falsos mestres, pessoas que adquiriram certificado, mas não têm qualidade nenhuma.

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