O eleitor de Estrela teve na terça-feira, 6, uma oportunidade de conhecer os perfis e as propostas dos sete candidatos à prefeitura. Na tarde de ontem, eles participaram de debate na Rádio A Hora 102.9.
Os postulantes apresentaram seus projetos e avançaram no debate sobre de que forma pretendem compor e gerir seus governos, caso eleitos.
Com três chapas formadas por candidatos ligados diretamente ao atual governo, não faltaram críticas à administração que está à frente do município nos últimos oito anos. Da mesma forma, as conquistas do governo, como a municipalização do porto, foram disputadas pelos candidatos.
Entre os principais temas em discussão, estiveram planos para a área portuária, desenvolvimento do setor primário, o futuro do complexo da Polar e a relação do município com a Corsan.
Um padrinho para o porto
Ao longo das discussões, os candidatos reivindicaram o protagonismo no processo de da municipalização da estrutura às margens do Rio Taquari. Elmar Schneider (PTB) disse ter participado da negociação e agradeceu, entre outros, ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes. “Essa foi uma negociação que pude acompanhar no dia a dia, conheço profundamente, portanto, o contrato estabelecido”, afirmou.
Em seguida, Policial Diego de Castro (DEM) cutucou o oponente. “Se não fosse o DEM levar eles para Brasília, que nós temos portas abertas lá, eles não conheceriam o ministro e não teriam trazido o porto.”
Por fim, Valmor Griebeler (PL) ironizou: “Antes mesmo das coisas acontecerem, tem muito padrinho para este porto”.
Eleições e nomeações
Eduardo Wagner (PSL) afirmou que, caso eleito, montará um secretariado apenas com nomes técnicos de cada área. Na mesma linha, Schneider garantiu que, em um eventual governo, o secretário de Educação será escolhido pelos professores por meio de uma eleição.
Denise Goulart (PT) defendeu formação do secretariado com servidores de carreira. Comandante César (MDB) informou que terá nome técnico na área da Saúde e que a equipe será escolhida e comandada por ele.
Castro prometeu uma redução de onze para cinco secretarias em seu governo e disse que seu departamento de cultura terá alguém da área.
Futuro da Polar
Formas de aproveitar melhor a estrutura do histórico prédio onde funcionou a fábrica da cervejaria Polar foram citadas por pelo menos três candidatos.
Wagner defendeu a criação de um centro administrativo no local, concentrando as secretarias municipais e reduzindo o gasto com aluguéis. A proposta foi refutada por Castro.
Já Schneider defendeu a criação de um parque tecnológico, para atrair empresas ao município.
Auxílio emergencial
Um dos momentos mais acalorados do debate foi quando Castro apontou supostas irregularidades na obtenção do auxílio emergencial por parte das esposas de Wagner e do candidato a vice na chapa de Schneider, João Carlos Schäfer. O candidato do DEM classificou a situação como “vergonha”.
“Eduardo Wagner é um mega empresário, empreiteiro, a esposa dele anda de BMW, por que dela pegar auxílio emergencial? (…) A esposa do João Carlos Schäfer, dona de mercado, o João é bem aposentado no Sesi, tem mais de R$ 200 mil aplicados em banco, por que pegar auxílio emergencial?”
Wagner respondeu que a esposa está com ele há pouco tempo, que ela atua como MEI e teve perdas com a pandemia.
“Se eu propicio uma vida boa para ela, é por causa do meu trabalho. Realmente contemplei ela com um belo carro. Ela tem o trabalho dela. Ela atendia 15 pessoas por dia, hoje atende dois a três. Ela passa dificuldades, sim, no seu trabalho”, respondeu.
Municipalização da água
Paulo Argeu Fernandes (PDT) criticou a relação do governo municipal com a Corsan e afirmou que se for eleito vai exigir o cumprimento do contrato ou “encampar” o serviço.
“Se não houver o cumprimento do contrato da Corsan com o município, nós vamos municipalizar. Esta é uma proposta concreta, real”, afirmou.
Por que o eleitor deve escolher o seu projeto?
Policial Diego de Castro – Destacou seu plano de governo e a redução da máquina pública.
“Nós registramos nosso plano no TSE, está dizendo como faremos a diminuição da máquina pública. Vamos reduzir o número de secretarias para cinco, atualmente são onze”
Elmar Schneider – Afirmou que seu plano de governo foi construído em cima dos eixos: gestão sustentável e desenvolvimento econômico e social. “Vamos diminuir a máquina pública, mas não vamos abrir mão em oferecer um serviço de muita qualidade ao nosso contribuinte.”
Comandante César – Enalteceu a sua trajetória na Brigada Militar e afirmou que o plano de governo foi construído ouvindo as pessoas. “Nós garantimos segurança, emprego e desenvolvimento para nossa população. Todos nós vamos precisar disso, ainda mais agora, depois dessa pandemia”
Eduardo Wagner – Afirmou que a atual gestão teve oito anos para mostrar seu projeto e pediu a oportunidade de mostrar o seu. “Nosso projeto tem diferenciais. Nossos secretários serão puramente técnicos, pessoas entendidas na área, não serão políticos”
Paulo Argeu Fernandes – Apontou que há três concorrentes oriundos da atual gestão e que sua candidatura vem para marcar território. “Eu não assumo a prefeitura de estrela sem fazer uma auditoria em todas as secretarias. É o mínimo que o povo de Estrela espera”
Denise Goulart – Afirmou que a população é quem sabe as prioridades do município e defendeu maior participação da população nas decisões. “Queremos governar com a participação popular, fazer a discussão através do orçamento participativo. A população tem que estar inserida no poder público.
Valmor Griebeler – Enfatizou sua experiência na vida pública e seu trabalho no Executivo.
“Nos últimos oito anos fui vice prefeito, procurei estar todos os dias aprendendo de todos os espaços e políticas públicas, para que chegasse este momento”
Qual é o seu projeto para o Porto de Estrela?
Policial Diego de Castro
Recordou sua relação pessoal com a área, onde seu pai trabalhou, e criticou a atuação das últimas gestões. “O que aconteceu nos porto nos últimos 20 anos foi vergonhoso. É triste olhar para o porto. Sucatearam, deixaram roubar. Nada mais existia no porto.”
Elmar Schneider
Afirmou ter acompanhado o dia a dia da negociação e conhecer o contrato de cessão da área ao município. “O porto é de Estrela. A primeira oportunidade será para os empreendedores do município. Vários pequenos empresários começaram e foram crescendo em Estrela”
Comandante César
Defendeu que se dê prioridade de instalação na área a empresas constituídas no município.
“Um distrito industrial no porto é o que pretendemos. Mas de forma planejada para que venham empresas que possam dar aos estrelenses empregos bons e qualidade de vida.”
Eduardo Wagner
Afirmou iniciativas na área darão retorno a médio e longo prazo e enfatizou o potencial da área para receber empresas. “Vamos formar um grupo de estudo e incluir a Cacis, justamente para dar um futuro àquele local. Um estudo que nos leve a um futuro próspero e nos dê um retorno.”
Paulo Argeu Fernandes
Destacou que foi diretor da Superintendência de Portos e Hidrovias e defendeu participação dos candidatos nas discussões sobre o futuro da área. “A parceria público-privada é fundamental, um estudo técnico, econômico e ambiental. O governo do estado está de costas para a navegação.”
Denise Goulart
Salientou que os empregos que podem ser gerados na área são de grande valor e conhecimento agregados. “Interação com capitais privados é interessantíssima, se for um projeto estratégico, republicano e transparente, de cuja construção devem participar todos que têm importância na atividade.”
Valmor Griebeler
Defendeu união da classe política e empresarial para a efetivação das atividades econômicas no local. “Eu chamaria o governador do estado, independente das cores partidárias, e inclusive o próprio Bolsonaro, presidente da república, que têm o maior interesse em desenvolver esse país e o RS.”