A compra centralizada dos equipamentos de proteção individual (EPIs) para professores e funcionários de escola, bem como as contratações emergenciais e terceirizações para serviços de higiene e alimentação, são os motivos alegados pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para a revisão no prazo de volta às aulas.
Os alunos do Ensino Médio da rede pública retornariam na próxima terça-feira, dia 13. No entanto, sem conseguir atender os protocolos de segurança, o Estado determinou a prorrogação dessa data. Agora a previsão é de volta a partir do dia 20 de outubro.
No Vale do Taquari, esse estágio de ensino abrange 42 instituições de ensino. “Recebemos a informação não será possível distribuir os EPIs para todas as escolas. Além disso, ainda temos que acompanhar as bandeiras. Se a região ficar na vermelha, há risco desse prazo ser suspenso de novo”, informa a responsável pela 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Cássia Benini.
De acordo com ela, a maioria dos colégios está com os planos de contingência finalizados. Antes da volta às aulas, esses documentos serão repassados para análise da Seduc e da Secretaria Estadual de Saúde, para serem homologados, diz.
Nesta terça-feira, os diretores das escolas de Ensino Médio e a equipe da CRE participam de uma conferência para elaborar o modelo de retomada das atividades presenciais.
Máximo de 50% da capacidade
Pelos protocolos de segurança, as escolas da rede pública só poderão atender metade dos alunos do Ensino Médio quando houver a autorização de retorno. Com isso, afirma Cássia Benini, a prioridade neste primeiro momento será atender alunos com mais dificuldade de assimilação dos conteúdos e também que não tem acesso a internet.
“Cada escola terá um modelo. Não será engessado. Podemos ter em algumas aulas todos os dias. Outras terão duas turmas, com atividades intercaladas. Uma semana presencial, e outra remota”, explica.
A carga horária em sala de aula também será menor, com três horas presenciais por dia. Segundo a coordenadora da 3ª CRE, a previsão é que o ano letivo seja encerrado até a metade de janeiro. Com isso, alunos do último ano do Ensino Médio não teriam prejuízos em termos de ingresso em cursos Superiores ou técnicos no primeiro semestre de 2021.
Quanto ao número de alunos previstos para a retomada, as autorizações estão sendo preenchidas pelos pais e a coordenadoria de Educação ainda não tem dados concretos sobre isso.
“Voltar agora não garante o ano letivo”
O modelo de retomada das aulas é alvo de críticas do Cpers. O coordenador do sindicato no Vale do Taquari, Gerson Johann, teme que as atividades presenciais resultem em aumento no número de contágios. “Entendemos que o governo irá expor alunos, educadores e a sociedade a contaminação da covid-19”, frisa.
Na avaliação dele, uma retomada deveria ocorrer com níveis seguros em termos de presença do vírus e com a testagem permanente nas equipes das escolas. “O governo precisa fornecer condições para que todas as escolas possam seguir os protocolos de segurança. Estamos faz sete meses afastados das salas e o Estado não entregou os EPIs e nem contratou os substitutos ainda. Voltar agora não garante o ano letivo”, resume.