O Vale do Taquari registrou a primeira desistência de um candidato ao Executivo das eleições de 2020. O atual prefeito e candidato à reeleição Genésio Hofstetter (PSB), o Neco, não vai mais disputar a reeleição contra Gilmar Southier (MDB).
A coligação “Um governo novo voltado para o povo”, formada por MDB, PP e PTB, fez o pedido contra o atual prefeito Genésio Hofstetter (PSB) com base na Lei da Ficha Limpa.
Este é o primeiro caso de pedido de impugnação de candidato a prefeito na região. Os demais pedidos referem-se a postulantes ao Legislativo.
A decisão foi confirmada pelo coordenador de campanha e presidente do PSB, Lasie Delazeri.
“Estamos a par da situação, buscamos informação a fundo. Vamos substituir para não correr o risco de uma impugnação mais para a frente e ter que fazer nova eleição”, afirma Lasie.
Com isso, o candidato a vice, Sérgio Nied (PT), assume a cabeça de chapa. O vice, que deve ser do PSB, ainda não foi confirmado. A coligação “Travesseiro, experiência e inovação” é formada pelos dois partidos.
Condenado em segunda instância
O pedido de impugnação cita uma condenação judicial de Hofstetter por crime de peculato. Em 2019, ele foi condenado em segunda instância por suposto desvio de recursos públicos na aquisição de medicamentos.
De acordo com denúncia do MP, o município teria adquirido cerca de R$ 1 milhão em medicamentos sem licitação junto a farmácias de familiares do prefeito e de secretários. O crime teria ocorrido entre 2005 e 2008. O gestor foi condenado a quatro anos e meio de prisão em regime semiaberto.
A decisão da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça foi unânime. Além de Hofstetter, foram condenados um ex-prefeito, duas ex-secretárias municipais de Saúde e proprietários de duas farmácias. A reportagem não obteve resposta de Hofstetter até o fechamento desta matéria.
Onze candidaturas em análise
Uma semana após o prazo para inscrição dos candidatos, foram apresentados pelo menos onze pedidos de impugnação de candidaturas na região. É o que mostra levantamento feito pela reportagem do A Hora junto aos Cartórios Eleitorais e promotorias do Ministério Público do Vale.
A maior parte dos pedidos foi feita pelos promotores eleitorais do MP, mas há ainda tentativas de impugnação por parte de partidos e cidadãos.
As situações foram registradas nos municípios de Arroio do Meio, Estrela, Fazenda Vilanova, Travesseiro, Taquari e Tabaí. Em quase todos os casos, os alvos das denúncias são candidatos ao Legislativo.
Entre os motivos que embasam os pedidos, os mais frequentes são ficha suja e desincompatibilização, quando o candidato perdeu o prazo para deixar cargo público impeditivo.
Das oito comarcas que abrangem municípios da região, não foram registrados pedidos nas de Lajeado, Encantado, Venâncio Aires, Teutônia. Em Encantado, o MP deve apresentar ao menos quatro pedidos no início da próxima semana.
Renúncia em Tabaí
Na Comarca de Taquari, foram três pedidos de impugnação, todos apresentados pelo Ministério Público contra pré-candidatos a vereador, sendo dois do município e um de Tabaí. No caso da pré-candidata Marta Suiany, o pedido perdeu validade, pois ela renunciou à candidatura.
Fazenda Vilanova lidera pedidos
O município tem o maior número de pedidos de impugnação. Foram quatro solicitações feitas pelo MP por falta de desincompatibilização do Conselho do Fundo Municipal de Previdência.
Ao todo, a comarca teve cinco pedidos de impugnação, o outro envolve um candidato de Estrela, que tem condenação criminal transitada em julgado e foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
O MP analisa ainda se outros quatro candidatos se candidataram por um partido estando filiados a outro.