Voto facultativo pode decidir eleições

Cidadania

Voto facultativo pode decidir eleições

Número de eleitores que não são obrigados a votar cresceu 11% desde 2016. Em Coqueiro Baixo, um a cada quatro eleitores é facultativo

Voto facultativo pode decidir eleições
Delsi quer votar, mas vai observar as propostas dos candidatos e os cuidados sanitários dos locais de votação. Foto: Matheus Chaparini
Vale do Taquari

Aos 71 anos, é a primeira vez que Delsi Rhoter tem a possibilidade de decidir se vai ou não comparecer ao local de votação no dia do pleito.

“Eu quero votar. Em uma época, a gente não podia votar e queria. Agora que temos este direito, vamos fazer nossa parte”, defende
Em Marques de Souza, onde Delsi vive desde a emancipação, 19,15% da população tem entre 16 e 18 anos ou mais de 70 anos. Dos 3,4 mil eleitores do município, 654 não são obrigados a votar.

Além do peso que o voto facultativo pode ter no resultado da corrida eleitoral, outro fator faz de Delsi uma eleitora disputada. Os quatro pré-candidatos – dois a prefeito e dois a vice – estudaram na escola Ana Neri, onde a servidora pública aposentada atuou por mais de 20 anos. Ela conhece todos desde a infância.

Nesta eleição, além da escolha das melhores propostas, sua decisão vai levar em conta cuidados sanitários dos políticos e dos locais de votação. Este ano, o público acima dos 60 anos tem horário prioritário, entre 7h e 10h.

“Vou observar muito o comportamento dos candidatos e, no dia da eleição, vou lá na frente verificar se estão respeitando o horário dos idosos. Se estiver tudo como deve ser, vou votar. Mas se tiver aglomeração, não vou me expor”, afirma.

Facultativo e decisivo

Uma a cada nove pessoas aptas a votarem nas eleições deste ano no Vale do Taquari não tem a obrigação de comparecer à urna no dia 15 de novembro. São 3,3 mil dos 286,5 mil eleitores da região. Este grupo de eleitores cresceu 11 % desde o pleito de 2016 e hoje representa 11,8% do eleitorado.

Em diversos municípios da região, eles podem definir a disputa eleitoral. Coqueiro Baixo lidera o ranking. No município, 341 eleitores são facultativos, o que representa 24,4%. Na última eleição municipal, eram 34%.

Nas eleições de 2016, a diferença entre o vencedor e o segundo colocado foi de 141 votos.

O desafio de convencer os eleitores a saírem de casa é ainda maior este ano, em função da pandemia do novo coronavírus. A maior parte dos facultativos são justamente os idosos, que integram grupo de risco para a covid-19 e têm as maiores restrições.

Coqueiro Baixo lidera voto opcional

Aos 75 anos, Adeclides Zanatta recorda que seus primeiros votos foram decisivos. A primeira eleição de que participou definiu pela emancipação do município de Nova Bréscia. Na segunda oportunidade, ajudou a eleger o primeiro prefeito da cidade, João Arlindo Dewes.

Como Adeclides, 24,4% dos eleitores de Coqueiro Baixo têm voto facultativo. Foto: Matheus Chaparini

Em função das emancipações, tendo morado a vida inteira no mesmo local, Adeclides já foi cidadã de Arroio do Meio, Nova Bréscia e, hoje, vota em Coqueiro Baixo. No município, uma a cada quatro eleitores está nas faixas etárias do voto facultativo. Ela percebe um movimento menor nas ruas em relação a campanhas anteriores.

Mesmo não tendo obrigação com o pleito, ela pretende registrar sua preferência na urna eletrônica.

“É importante a gente escolher as pessoas que vão trabalhar para o município ir bem. Têm de ser as pessoas de mais confiança que a gente tem”, defende.

 

 

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