“Não vejo eles como clientes,  e sim como amigos”

Abre aspas

“Não vejo eles como clientes, e sim como amigos”

Desde 2003 no Sesc Lajeado, a agente de Cultura e Lazer Débora Mallmann Nonnenmacher (à esquerda), 41, se dedica ao programa Maturidade Ativa, criado naquele ano. Facilitadora do grupo, ela lida atualmente com cerca de 60 idosos, desenvolvendo atividades diversas, como palestras, passeios e viagens. Mesmo com as reuniões presenciais suspensas devido à pandemia, permanecem os laços, mantidos pelas atividades virtuais.

“Não vejo eles como clientes,  e sim como amigos”
Lajeado

• Como foi a criação do Maturidade Ativa?
Já existia um projeto similar, porém não nos moldes de programa. Aí, em 2003, sentiu-se a necessidade de atender o público da terceira idade. No início, tivemos que captar os clientes potenciais para viabilizar o projeto. O Maturidade Ativa foi instituído como projeto piloto em Lajeado no dia 23 de setembro. Deu certo e, em consequência, foram fundados mais outros grupos nas unidades de Bagé, Santo Ângelo e Navegantes (Porto Alegre).

• Que mudanças o programa teve ao longo dos anos?
De início, o Maturidade Ativa tinha diretoria, com presidente, vice, secretário e tesoureiro. Eles coordenavam e faziam acontecer as atividades, enquanto nós dávamos o suporte técnico. Depois, se extinguiu a sistemática e, aí sim, uma pessoa do Sesc passou a coordenar o projeto, com o objetivo de oferecer ações voltadas em prol do envelhecimento ativo, tanto na saúde, na segurança e na participação social.

• O Maturidade Ativa realiza atividades presenciais diversas, que estão suspensas pela pandemia. Como está estruturado o programa hoje?
Os encontros presenciais ocorriam todas às terças-feiras a tarde, no teatro do Sesc. As atividades estão ocorrendo de maneira online e ainda não temos data para voltar. Mas os contatos são frequentes, quase diariamente com o grupo. Temos hoje 60 pessoas cadastradas e estamos abertos para novos integrantes. Podem participar pessoas acima de 50 anos, de ambos os sexos, que tenham também interesse em fazer um trabalho solidário.

• Que ações sociais o grupo faz?
Já fizemos algumas ações de bastante relevância, como a confecção de toucas de crochê em 2018, doadas para meninas que estavam em tratamento contra um câncer no Hospital Femina. Ano passado também foram feitas colchas para a casa de acolhida da Fundef. São alguns exemplos.

• Você atua no Maturidade Ativa desde o início. Qual seu sentimento em relação ao programa?
De gratidão. Quando iniciei, tinha 23 anos e pensava: quem sou eu para administrar um grupo de terceira idade? Com o passar do tempo, esse elo se intensificou. Não vejo eles como clientes, e sim como amigos. Há uma troca de cultura, conhecimento e informação. Somos muito apegados a essas pessoas de uma forma que não tem explicação. É gratificante estar tanto tempo à frente e ver que eles gostam de estar no Sesc.

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