Após seis meses, único cinema da região planeja reabertura

200 dias sem telonas

Após seis meses, único cinema da região planeja reabertura

Setor tem expectativa de liberação do Estado na próxima semana. Caso bombonieres não possam funcionar, muitas salas devem permanecer fechadas

Após seis meses, único cinema da região planeja reabertura
(Foto: Arquivo A Hora)
Lajeado

Na entrada, os cartazes dão ideia do tempo em que o estabelecimento está sem funcionar. São filmes lançados no Brasil no fim de fevereiro e que estavam em cartaz quando o cinema Arcoplex, localizado no Shopping Lajeado, fechou as portas.
O único cinema do Vale do Taquari está fechado há 199 dias, desde o início das restrições decorrentes da pandemia do novo coronavírus.

O setor se movimenta para poder voltar. No RS, há ao menos dois exemplos de salas que reabriram, em Santa Rosa e Alegrete.
A falta de um protocolo definido dificulta o planejamento dos empresários. Dependendo das regras que forem definidas, muitas empresas podem não reabrir por questões financeiras. Essa é a avaliação da rede Arcoplex, que administra quatro salas no Shopping Lajeado.

“Alguns cinemas no Brasil já reabriram, porém as rendas foram muito ruins com uma série de restrições. Estamos avaliando o cenário. Nossa ideia, como rede, seria abrir a partir do dia 15, mas tem que ser avaliado caso a caso”, afirma o gerente administrativo da rede, Mário Luíz dos Santos Filho.

A rede possui 26 salas em seis estados do país, todas fechadas desde o dia 16 de março. Entre os cuidados adotados para a volta, está a automatização do sistema de compra de ingressos para garantir o distanciamento entre os espectadores.

Em Lajeado, são 14 funcionários que estão com contrato suspenso ou jornada reduzida desde o início da pandemia.

Sem grandes lançamentos

Outro desafio dos exibidores na retomada será a escolha dos filmes. A maior parte dos lançamentos previstos para 2020 ficou para mais tarde.

“Existe lançamento, mas de filmes pequenos. Os de grande impacto que estavam previsto para este ano, como Mulher Maravilha e Velozes e Furiosos, foram adiados para 2021”, afirma.

Com ou sem bomboniere

Além da restrição ao número de pessoas, a liberação ou não das bombonieres deve ser um dos principais pontos de debate. A comercialização de alimentos e bebidas na entrada das salas responde por boa parte do faturamento e pode compensar a redução de público.

A abertura das bombonieres é imprescindível, a avaliação do presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec), Ricardo Difini Leite.

“A grande maioria das empresas não vão abrir se proibirem a venda de produtos da bomboniere. Como já terá restrição grande de público, o negócio se torna totalmente inviável”, avalia.

À espera de um decreto

A expectativa de empresários do setor é de que a liberação e as respectivas regras sejam publicadas pelo Estado na próxima semana.
“Nós dependemos da autorização do governo do estado e do aval das prefeituras. O governo informou que, na próxima semana, publicará o decreto sobre a liberação, definindo quando e em que condições os cinemas poderão funcionar”, afirma Difini

A entidade apresentou ao governo uma proposta de retomada, com 50% da ocupação, bloqueio de poltronas para garantir distanciamento e liberação das bombonieres.

Difini faz um paralelo com a liberação de eventos como seminários e palestras, anunciada pelo Piratini esta semana. “Nos surpreendeu. Não entendemos porque os cinemas foram discriminados e estão demorando tanto ter a reabertura permitida”.

Acompanhe
nossas
redes sociais