Há 10 anos, a Rodoviária de Lajeado vendia cerca de 1,4 mil bilhetes de viagem interurbanas. Neste ano, a média diária é de mil tíquetes. O número apresenta uma redução de mais de 30% no número de passageiros.
Presidente do Sindicato de Agências e Estações Rodoviárias, Nelson Noll, concedeu entrevista ao programa A Hora Bom Dia, da Rádio A Hora 102.9, na manhã de ontem, 29. Para ele, políticas públicas que beneficiam o setor automobilístico e mudanças culturais são os principais fatores para explicar a redução na demanda de viagens.
“O automóvel dá sensação de poder. A pessoa possui um bem em suas mãos”, comentou Noll.
Impactos da pandemia
Abril foi o pior mês para a rodoviária de Lajeado. O estabelecimento chegou a 18% do movimento habitual, em junho, o número já havia aumentado 10 pontos percentuais, alcançando 28%. Em outras estações, o movimento reduziu, em abril, a 10% do conferido no período pré-pandemia.
Em relação à receita, a rodoviária de Lajeado teve retração de 82,4% na receita, em abril. O balanço de setembro indica queda de 57% em relação aquilo que Noll considera normal.
Estratégias para o retorno
O setor esboça retomada. Noll, porém, destaca que a queda de receitas não é culpa exclusiva da pandemia, uma vez que as viagens em coletivos interurbanos já apresentavam queda antes mesmo do coronavírus.
Para ele, a saída é a oferta de mais linhas. Ele usou como exemplo uma empresa que criou uma viagem para Boqueirão do Leão, às 17h. Nos primeiros dias, cada ônibus saía de Lajeado com dois passageiros. Hoje, pelo menos 15 passageiros utilizam o coletivo todos os dias. “Isso mostrou que não tinha passageiros pois não havia horários”, ressaltou.
