A pandemia de coronavírus evidenciou a necessidade de novos hábitos. A inclusão de exercícios físicos na rotina diária, aliado a hidratação e uma alimentação saudável, é capaz de elevar a imunidade e melhorar a saúde.
Profissional de educação física, o triatleta Frank Silvestrin afirma que muitas pessoas descobriram, ou redescobriram, a prática regular de exercícios como forma de cuidado do corpo e da mente.“Na medida em que as regras do isolamento social vão sendo flexibilizadas, tenho visto mais e mais pessoas nas ruas, correndo ou andando de bicicleta.”
Segundo ele, a busca pela prática ao ar livre é uma tendência clara e mesmo com a reabertura de academias, sob rígido protocolo de funcionamento, é natural que as pessoas se sintam receosas em frequentar espaços fechados. Além disso, a preferência pela prática na rua parece ser a de compensar o confinamento de meses.
“É evidente que ainda são necessários cuidados importantes, como uso de máscara e a manutenção da distância entre as pessoas”, alerta. Em alguns países, a pandemia resultou em uma revolução na mobilidade urbana, com mais pessoas abandonando seus carros e o transporte coletivo em favor da bicicleta ou mesmo das caminhadas.
“Por aqui, a tendência só não é maior por falta de estímulo governamental e de uma malha de ciclovias”, ressalta. Mesmo assim, Silvestrin destaca o aumento de cerca de 50% nas vendas de bicicletas em maio, conforme dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike).
Lembra que a Organização das Nações Unidas (ONU) aponta o ciclismo e a caminhada como alternativa ao transporte público para reduzir o risco de disseminação do vírus e melhorar a saúde da população em geral.
Conforme Silvestrin, antes de iniciar qualquer atividade, é fundamental consultar o médico cardiologista e, se estiver acima do peso, orientação nutricional. “Além de ser muito importante para descartar qualquer risco, esses passos são uma forma de se comprometer com um novo estilo de vida, ter alguém a quem se reportar, estabelecer objetivos coerentes e comemorar avanços.”
Para começar a correr
De acordo com Sivestrin, ao sair de um modo de vida mais sedentário do que ativo, será necessário adaptar toda a estrutura musculoesquelética. “A caminhada é o início de todo corredor.”
Após conseguir caminhar por 30 minutos com facilidade, alterne com pequenos trotes de 1 a 2 minutos durante a caminhada. Aos poucos, aumente o tempo de corrida até que consiga correr por meia-hora com facilidade.
“Correr não requer muito investimento, mas pelo menos um bom par de tênis de corrida será necessário”, ressalta. Outra dica do triatleta é optar por terrenos que amorteçam a passada, como chão batido ou grama. “Um dos maiores erros dos iniciantes é correr rápido demais. Sentir falta de ar é indicativo que extrapolou. Reduza o ritmo até encontrar um trote fácil.”
A hidratação é fundamental para a atividade e, se a intenção for evoluir na corrida, a dica é buscar a orientação de um profissional.
Para começar a pedalar
Para pessoas que já tem uma bicicleta em casa, é possível começar a pedalar após uma revise nos pneus e na mecânica. “Se for comprar uma nova, o mais indicado para inciar são as mountain bikes.”
Conforme Silvestrin, para evitar quedas, o melhor é optar por lugares cujo terreno e topografia sejam conhecidos, como parques. “Antes de sair de casa, estabeleça uma rota segura.” Caso a opção seja por pedalar nas vias, é necessário respeitar as leis de trânsito e, nas ciclovias, ter atenção redobrada com pedestres. Além disso, o capacete é item de segurança indispensável.
“Na medida em que a prática vai crescendo na sua rotina, outros acessórios vão sendo agregados. Mas, inicialmente, foque em construir o hábito, se sentir seguro e se divertir”, destaca. Se o passeio for durar mais de uma hora, levar água para hidratação é fundamental. Se o hábito de pedalar evoluir para um treino mais sério, é necessário procurar uma assessoria esportiva com técnicos de ciclismo.