Guerra Fria aconteceu oficialmente entre os anos de 1947 e 1991 e marcou a polarização do mundo em dois blocos, liderados pelos norte-americanos e pelos soviéticos. O evento mundial foi um derradeiro conflito político-ideológico entre as duas principais potências mundiais do período pós-segunda guerra mundial, e cuja repercussão bélica ocorreu em outras partes do mundo. Uma batalha econômica, diplomática, tecnológica e social. E com um instigante reflexo junto ao viaduto da Rua Bento Rosa, em Lajeado, às margens da BR-386.
O combate ao avanço do comunismo na Europa, instigado pelos EUA, foi o estopim para a Guerra Fria. No Brasil, o conflito ideológico teve forte influência sobre diversas decisões políticas, com destaque para o golpe militar – ou “revolução”, dependendo do seu lado nesta história – de 1964. E, segundo nos contam os historiadores, essa batalha ideológica terminou em 1991, junto com a dissolução da União Soviética (URSS), em 26 de dezembro. Mas os vestígios da batalha permanecem vivos junto ao viaduto da Rua Bento Rosa, em Lajeado.
Eu explico. Recentemente um grupo de artistas venceu um concurso de arte urbana em Lajeado. E entre os pontos escolhidos para as intervenções artísticas está o entroncamento entre a Rua Bento Rosa e as alças de acesso à BR-386. Ocorre que a pintura do viaduto gerou repercussão negativa entre muitos lajeadenses que ainda vivem sob o temor de uma nova Guerra Fria. Essencialmente, essa pequena parcela da população ficou incomodada com a imagem de alguns punhos cerrados. Para eles, é uma alusão ao comunismo soviético.
Não bastasse isso, e em um terreno localizado a poucos metros das imagens dos punhos cerrados, será construída uma unidade da midiática Lojas Havan, com a famosa réplica da Estátua da Liberdade, o símbolo máximo dos norte-americanos. E isso também gerou histeria – do lado “comunista”, claro. Enfim, brincadeiras à parte, e na minha humilde opinião, os dois objetos deste artigo se tratam apenas de uma obra de arte e de uma nova loja com boas oportunidades de emprego e renda para os lajeadenses. E vida que segue!
Cartas de Compromissos
As eleições em Lajeado ganham uma nova característica: as Cartas de Compromisso. Em 2016, o então candidato e hoje prefeito Marcelo Caumo prometeu não concorrer à reeleição. Essa era a “carta na manga” do representante do PP, utilizada para mascarar a ausência inicial de projetos mais audaciosos à cidade. Em 2020, é a vez da candidata Márcia Scherer (MDB) apostar neste verdadeiro mecanismo: ela promete abrir mão do salário de R$ 24,2 mil.
Cartas de Compromissos II
Rejeitar salário é algo perigoso para a Democracia. Afinal, nem todos possuem condições para abrir mão de salários durante quatro anos – o candidato a vice-prefeito também abrirá mão do salário? E qual o exemplo que deixamos? Só pessoas bem afortunadas podem entrar na política? Só pessoas resolvidas financeiramente assumirão os cargos públicos? Os mais humildes ficam de fora? Isso é saudável? Não estaríamos, assim, “elitizando” a política?
Cartas de Compromissos III
Tal como a Carta de Compromisso assinada – e descumprida – por Marcelo Caumo em 2016, o compromisso de Márcia Scherer é oco. Sinceramente, as características que eu espero de um gestor passam longe desses dois compromissos. Não vejo grandes vantagens em quem dispensa a reeleição ou menospreza salário – ainda mais quando citam isso durante a campanha. Eu busco candidatos qualificados para gerenciar um orçamento de R$ 360 milhões.
Cartas de Compromissos IV
Mas claro. Ainda é cedo e a esperança é de que novas propostas e promessas surjam ao longo da campanha. Foi assim com Marcelo Caumo, em 2016, e certamente será assim com a candidata Márcia Scherer, em 2020 – e também com o novo oponente, o advogado Daniel Fontana (PSB). São três candidatos com currículo e inteligência suficientes para apresentarem bem mais do que simples “Cartas de Compromisso” populistas. Eu estou certo disso!
Testes na educação em Lajeado
A testagem de servidores públicos da área da educação deu o que falar durante o fim de semana. Tudo porque, segundo as más línguas, o governo de Lajeado demorou um tempo a mais para divulgar o resultado. Pura histeria. Na segunda-feira, o secretário de Saúde Cláudio Klein falou tranquilamente sobre o tema, durante entrevista concedida ao Frente e Verso, na Rádio A Hora 102.9. Entre os 481 testados, 77 positivaram para o temido e novo coronavírus.
Os servidores voltam nesta semana ao trabalho presencial. E a primeira amostra de testagem mostra que, mesmo trabalhando em casa, cerca de 16% dos profissionais teve algum tipo de contato com o vírus. Isso não significa que é mais seguro ir para a escola, claro. Mas demonstra que o #fiqueemcasa, por si só, não garante 100% de imunidade para essa classe trabalhadora tão especial. Aliás, é assim com qualquer classe. Afinal, nós estamos todos no mesmo barco.