A BRF doou, em julho, R$ 100 mil para o desenvolvimento de estudos e projetos relacionados à Covid-19 e à saúde pública ao Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari (Tecnovates) da Univates, em Lajeado.
Dois meses depois, o investimento se reflete no avanço de três projetos que podem resultar em benefícios da sociedade: um busca um exame mais rápido e acessível para detectar o vírus, outro o desenvolvimento de medicamentos e o terceiro uma alternativa para desinfecção.
“A doação realizada pela BRF permitiu colocar à disposição da sociedade uma quantidade de informações e de testes que aumentaram a capacidade de entendimento do comportamento do vírus e sua disseminação”, resume o diretor de Serviços em Saúde da Univates, Jairo Hoerlle.
Por novos fármacos
Os pesquisadores Marcia Inês Goettert, João Antonio Pêgas Henriques e Luis Fernando Saraiva Macedo Timmers irão trabalhar na anotação funcional dos genomas do vírus SARS-CoV-2, isolados em diferentes regiões do Brasil, por meio de análises de bioinformática com o intuito de analisar mutações específicas no genoma do vírus. A partir das mutações encontradas, os pesquisares ainda irão buscar novas possibilidades de fármacos, em parceria com universidades internacionais. Os recursos doados pela BRF se destinam a adquirir material importado para parte do desenvolvimento do projeto.
Por um diagnóstico mais rápido e barato
Até agora, a BRF é a única fonte de financiamento externo recebido por um projeto que procura um exame mais rápido e barato para detectar o vírus pela saliva, em vez da secreção coletada do nariz e da garganta utilizada pelo RT-PCR. Com o projeto, sob o título Detecção do vírus da Síndrome Respiratória Corona Vírus-2 por Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier, a professora Daiane Heidrich, doutora em Medicina, busca uma tecnologia alternativa que possa ser utilizada pela população do Vale do Taquari, por meio do apoio e interesse das redes municipais de saúde, e mesmo fora da região.
Ozônio para a desinfecção e sanitização
A diretora de Inovação e Sustentabilidade da Univates, professora Simone Stülp, doutora em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais, coordena um projeto, em conjunto com uma startup instalada no Tecnovates, a Alvap, que investiga a adoção do ozônio para a desinfecção e sanitização. O manejo do ozônio, pela Alvap, é utilizado para a limpeza de frutas, purificação de água, utilização na indústria e na agricultura.