O que é fundamental para uma pesquisa refletir os resultados das urnas, como é feita a coleta de dados e como é definida a margem de erro. Esses foram temas abordados no programa Frente e Verso de hoje com o diretor do Instituto Methodus, José Sauer.
Nas eleições 2020, o instituto realizará 11 pesquisas eleitorais contratadas pelo Grupo A Hora nas cidades mais populosas do Vale do Taquari.
Sauer destaca que a pesquisa com eleitores já está sendo realizada presencialmente (no começo da pandemia, eram feitas por telefone). O fato de estabelecer critérios prévios como a forma de realizar as perguntas, definição do perfil dos entrevistados e quantidade da população abrangida faz com que a pesquisa seja confiável, aponta Sauer.
Esse exemplifica a realização da pesquisa com um bolo que precisa seguir uma receita. “Se algo no começo não for feito como a receita manda, haverá problema no final e não terá como corrigir. Fazemos isso a 20 anos e por isso respeitamos as etapas”, destaca.
Conforme ele, o cálculo da margem de erro não ultrapassa os 5%. Ele depende de fatores como quantidade de entrevistados e número de eleitores, esclarece Sauer. “Quando uma pesquisa tem 95% de nível de confiança, isso quer dizer que se fizermos essa pesquisa de novo 100 vezes, teremos esse mesmo resultado 95 vezes”, acrescenta.
Sauer esclarece ainda que a pesquisa eleitoral “é uma fotografia e não um filme” por mostrar um momento da eleição que pode mudar.
O diretor do instituto também refuta a possibilidade das pesquisas induzir o voto em quem está na frente e mudar as eleições. “Isso é uma utopia. A pesquisa não muda resultado, apenas revela se a disputa está acirrada ou se algum candidato apresenta boa vantagem”, defende.
Na experiência com as pesquisas, Sauer percebe a tendência do “não voto” (pessoas que querem se afastar das eleições) e o eleitor que tem afinidade com o candidato e não pretende mudar de opinião.
Sauer ainda esclarece que as pesquisas confiáveis têm registro em Cartório Eleitoral. O restante são enquetes que podem ter resultados fraudados para beneficiar um candidato.
Ouça a entrevista completa: