Napoleon Hill tornou-se interlocutor de grandes homens de seu tempo, aconselhou estadistas e grandes empresários. Os gigantes da indústria de transformação foram seus clientes e amigos. Influente pensador, deixou sua marca indiscutível em seus seguidores.
Hill foi um dos homens do presidente Theodore Roosevelt, que participou da reconstrução dos EUA após a quebra de 1929 – o grande crash da bolsa americana.
O descrédito nas instituições estava instalado e ameaçava o futuro da nação. Os americanos viraram o jogo. Hill foi um dos grandes pregadores da audácia da esperança e virou referência de futuro dos homens públicos. Mais tarde, sua reputação seguiu influenciando o plano Mashall, em 1947, e o projeto de recuperação pós-segunda guerra, integrando a “Doutrina Truman”.
Em todos os momentos, a proposta central era desenvolver o país, e para isso era necessário desenvolver a mente das pessoas para uma visão sustentável e um novo tempo de prosperidade. Não só os americanos, mas o reposicionamento influenciou várias outras potências, como Japão, totalmente arrasado pela guerra. Assim fez a Alemanha, duas vezes.
São de Napoleon Hill alguns best sellers, como a “Lei do Triunfo” e “Quem Pensa Enriquece”. As obras permitem ao leitor experimentar narrativas vencedoras, com viés propositivo e resolutivo. Nada do tipo autoajuda ou similar. Os dois livros são orientados ao pragmatismo, à sinergia e à “mente mestra”. Aliás, Napoleon Hill afirmava que a união de duas ou mais mentes gerava um todo, muito maior do que a soma das partes envolvidas, o que ele chamou de Mente Mestra.
A história se repete, de tempos em tempos. Estamos diante de um momento singular, desafiador e de readaptações. É hora de fazer “mente mestra” na empresa, na escola, na família e entre os amigos, ou em qualquer lugar que estejamos.
Talvez, seja a primeira vez que a geração mais nova no Brasil esteja, verdadeiramente, diante de um desafio concreto para aprender e evoluir, enquanto nação. Nunca tivemos guerras, mas o estrago da covid é sem fronteiras, ainda mais se não estancarmos esta paralisia mental que esperneia sem noção.
Quando adentramos nas páginas dos livros de Hill e nos inundamos com seus modelos e energia vencedores, fica impossível tolerar o discurso dos apocalípticos, sejam eles econômicos, sociais ou até trágicos de plantão.
Não importa a narrativa, existe apenas um caminho para vencer pós-guerra: acreditar que é possível reconstruir e fazê-lo; agir.
O Brasil já ficou tempo demais discutindo quem tem razão nesta pandemia. O embate ideológico se enraizou no campo político, adentrou na medicina, desencorajou a educação e paralisou até as famílias, onde dividiu a “mente mestra” por egos, medos e desinformação.
Negacionistas, nem alarmistas, merecem nosso crédito. Sábio é observar os exageros e tirar as conclusões mais sensatas possíveis, pois a corrente do equilíbrio ganha escala à medida que os números falam por si e a retomada ocorre com segurança e organização.
É hora de reprogramar nosso cérebro para estabelecer uma agenda sensata. O corporativismo e conservadorismo, convenientes para alguns, precisam ser enfrentados com ações e atitudes firmes, sem medo da crítica. Se indispor, assumir posição – com respeito aos protocolos de higiene e saúde –, é necessário e urgente.
O discurso do medo e da histeria precisa dar lugar ao trabalho organizado. Nossa mente deve se contagiar com esperança e coragem para fazer o que tem de ser feito. A paralisação míope e o pensamento estático de que o “mundo não será o mesmo” depois da pandemia é para quem tem “geladeira cheia”.
Repito o que escrevi em outras colunas: o mundo só não será o mesmo para os pobres, que depois da pandemia serão ainda mais pobres, porque faltará emprego, renda e, por consequência, lhes restará a desesperança. Esta última, a pior de todas as misérias de uma sociedade. Aliás, precisamos devolver o entusiasmo e a esperança aos nossos jovens e crianças.
Pensemos nisso, e façamos a nossa parte.
Bom fim de semana!