Uma grande cerimônia, há 25 anos, marcou a inauguração de um dos símbolos de Lajeado. Localizado às margens da rua Carlos Spohr Filho, o Jardim Botânico de Lajeado deu vida a uma área antes pouco habitada, o bairro Moinhos D’Água. E logo se tornou uma referência turística não só para o município, mas da região.
Na época, Lajeado era apenas a quarta cidade gaúcha a contar com um Jardim Botânico, criado em uma área verde de aproximadamente 24 hectares. Ali, inicialmente, estava prevista a construção de um Distrito Industrial. Contudo, o então prefeito Leopoldo Feldens, engenheiro agrônomo, defendeu a preservação do local.
A cerimônia de inauguração foi realizada na tarde de 18 de setembro de 1995, na Casa de Cultura e teve a presença do então vice-governador do estado, Vicente Bogo. Depois, as autoridades se deslocaram até o local, onde ocorreu o corte da fita e o descerramento da placa.
No ano passado, o Jardim Botânico recebeu cerca de 37 mil visitantes, incluindo 2,9 mil alunos de escolas. Atualmente, o local encontra-se fechado para visitação devido à pandemia, funcionando somente para retirada de mudas do Horto Florestal.
Somente neste ano, até o começo deste mês, foram retiradas 15 mil mudas, a maioria para recomposição florestal.
Preservação
O Jardim Botânico tem a função de preservação da flora. Por isso, conta com variadas coleções botânicas, o que o torna, de fato, um jardim.
“As plantas são todas registradas, com origem e data de plantio, pois fazemos todo o acompanhamento dela. Tem também as ameaçadas de extinção, a coleção etnobotânica. Tudo isso faz com o que ele seja um jardim botânico. E isso também é uma forma de educação”, explica Edith Ester Zago de Melo, bióloga responsável.
Aniversário e novidade
Para celebrar a data, a equipe do Jardim Botânico fará um ato simbólico. “Pedimos à comunidade que participasse de forma remota, confeccionando borboletas, pois elas significam todas as transformações que ocorreram nestes 25 anos”, comenta Edith. Será montada uma exposição com estas borboletas. Também será colocada uma placa em homenagem ao aniversário.
Sem uma perspectiva exata de quando poderá reabrir, o Jardim Botânico terá uma novidade para o público: a construção de um jardim sensorial. “Ele é um espaço novo, criado pensando em estimular os sentidos, como o olfato, o tato e a audição. A ideia é perceber as plantas com um outro sentido”, diz Edith. O espaço terá uma coleção de 54 espécies de plantas, com diferentes características.
“É meu quarto filho”
“Tomei um susto quando atendi o telefonema do prefeito Leopoldo. Ele falou que queria criar um Jardim Botânico”. A frase é da bióloga Diana Blum, que trabalhava no Departamento de Meio Ambiente. Ela foi responsável por tocar o projeto na época. E possui um sentimento indescritível pelo local.
“Eu estava no início da minha carreira, portanto tenho muito amor por ele. É um orgulho, como se fosse o meu quarto filho”, afirma. Segundo ela, a iniciativa deu tão certo que o Jardim foi se consolidando com o tempo. “Nenhum outro prefeito deixou de apoiar a ideia. Todos, além de manterem o espaço, fizeram investimentos nele”.
Primeira secretária de Meio Ambiente de Lajeado, em 2004, a bióloga Kelen Battisti Giongo recorda com carinho dos tempos em que trabalhou diretamente no Jardim Botânico. Na época, ajudou a desenvolver um projeto que foi referência nacional, o “Conhecer para Preservar”.
Ele foi destaque no país. Apresentamos ele no Rio, em Belo Horizonte e Belém, custeados pela rede de jardins botânicos do país. Embora hoje esteja atuando na Biblioteca Municipal, nunca perdi o carinho pela questão ambiental. O Jardim mora no meu coração”, destaca.
Estrutura do Jardim Botânico de Lajeado
• Pórtico;
• Auditório;
• Alameda dos Jerivás;
• Coleções botânicas
• Herbário;
• Coleção abelhas nativas;
• Horto Florestal;
• Alameda dos Ipês-amarelos;
• Trilhas de interpretação ambiental;
• Parquinho.
Ouça o podcast com Diana Kunzel, bióloga do município no ano da inauguração, e com Leopoldo Feldens, prefeito que idealizou o símbolo de preservação regional, inaugurado em 1995: