• Como foi seu início na música?
Comecei na música aos 12 anos. Meu avô tocava gaita e meu pai sempre quis que eu também tocasse. Ele comprou um gaitinha para mim e me colocou na aula de gaita. Eu fazia aula com o professor Alex Luis Franz. Mesmo fazendo por obrigação, eu gostava do que estava fazendo, meus parentes gostavam de me ouvir. Segui tocando até os 15, onde eu vi que estava desanimado, não pegava mais a gaita com aquela vontade.
• Você ficou um tempo afastado e voltou a tocar. A distância ajudou a perceber teu gosto pelo instrumento?
Me afastei por desinteresse, mas, no ano passado, fiz o 3º do ensino médio e tinha um colega que tocava violão. A gente começou a fazer uns churrasco aos sábado e eu levava a gaita. E eles gostavam. Mesmo enferrujado, sem saber mais tocar muito bem, eu ia. Eu comecei a perceber que era legal, que dava pra fazer um som bacana e divertir as pessoas. Aí tive vontade de fazer aula de novo.
• Você esperava que os colegas fossem se interessar pela gaita?
Não, eu não pensava que as pessoa da minha idade também pudessem admirar a gaita. Para mim é muito legal, saber que tem jovens que gostam. Isso me inspirou muito a voltar a fazer aula. Vi que dá para levar a felicidade às pessoas com um instrumento.
• Como é seu envolvimento com a cultura tradicionalista hoje?
Hoje eu toco no CTG Pagos de São Rafael. Voltei a tocar no ano passado. Decidi procurar um CTG para ter uma base, passei a escutar mais música gaúcha e fui entrando mais fundo na cultura tradicionalista. Fiquei sabendo que estavam precisando de um gaiteiro e entrei. Ainda não representei o CTG porque os eventos não estão ocorrendo, mas, assim que as coisas voltarem, é algo que eu quero fazer.
• O que lhe atrai neste instrumento?
Acho que é porque tem que fazer muitos solos. Outros instrumentos são mais de acompanhamento. Na gaita tem que fazer ritmo, abrir e fechar fole, fazer todos os solos na mão direita, isso me impressiona muito. O que eu mais gosto de tocar é o bugiu. É um ritmo que o gaúcho mesmo criou e que sou apaixonado. Ele exige um pouco mais do gaiteiro, é mais difícil. A gente tenta imitar o som do macaco na gaita, é muito bonito.
• Quais são suas referências na gaita?
Me inspiro muito hoje no Edson Dutra, criador do grupo Os Serranos, e também no Daniel Hack, que também foi gaiteiro dos Serranos. Quando eles tocam, eu percebo toda uma técnica por trás da música. Me inspiro neles para talvez um dia ter a mesma técnica que eles têm.