Vale tem 160 professores da rede estadual em grupos de risco

pandemia e educação

Vale tem 160 professores da rede estadual em grupos de risco

Para viabilizar a retomada das aulas presenciais na rede pública a partir de outubro, Estado deve investir cerca de R$ 270 milhões em infraestrutura, equipamentos de proteção, materiais de higiene e contratação de profissionais substitutos

Vale tem 160 professores da rede estadual em grupos de risco
Autorização para retomada das aulas no Ensino Médio foi em 20 de outubro. Desde então, nenhuma escola do Vale conseguiu reabrir. Com decisão judicial, 3ª CRE não estima data para atividades presenciais. Estado promete recorrer. Foto: Arquivo A Hora
Vale do Taquari
oktober-2024

Levantamento da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) sobre o número de professores e servidores de escola em grupo de risco mostra a necessidade de substituição do quadro para a retomada.

O documento foi entregue à Secretaria Estadual de Educação (Seduc) que organiza a rede para atender o prazo previsto pelo governador Eduardo Leite. O valor estimado para investimento na rede estadual representa um custo extra de R$ 270 milhões.

Esse recurso será usado para treinamento das equipes, compra de equipamentos de proteção, materiais de desinfecção, contratação de professores e profissionais de apoio (serventes e merendeiras).

Conforme os dados da 3ª CRE, dos mais de 1,5 mil professores, 165 são dos grupos de risco. Para serventes e merendeiras, dos 463 servidores, 90 serão substituídos. A rede regional tem mais de 19 mil alunos em 86 escolas distribuídas em 32 cidades.

Rede pública

O Ensino Médio para escolas privadas fica para o dia 21 de setembro, enquanto nas escolas públicas, a previsão aponta para 13 de outubro. Essa diferença de 24 dias se explica pela necessidade de melhorias estruturais nas instituições do Estado, contratação de professores e adaptação das equipes de servidores de higienização.

No detalhamento dos investimentos, o Estado anuncia a aquisição de chromebooks (modelo de notebook) para os professores. Serão 50 mil equipamentos, dos quais 25 mil já foram adquiridos e devem chegar neste mês. A entrega dos outros 25 mil se dará até o fim do ano.

Para garantir a segurança de alunos e professores, o Estado prevê a compra de equipamentos de proteção individual para alunos e professores da rede estadual, como cerca de 9,8 mil termômetros de testa, 328 mil máscaras de uso infantil, 1,9 milhão de máscaras de tamanho infanto-juvenil e 1,3 milhão de máscaras para adultos (alunos e funcionários). No total, o investimento somente em EPIs será de cerca de R$ 15,3 milhões.

Cpers mantém postura contrária ao retorno

Para o coordenador do núcleo do Cpers da região, Gerson Johann, apesar do anúncio dos investimentos do Piratini, não há condições para a retomada das atividades presenciais. Na avaliação dele, há professores e servidores de escola que foram contaminados mesmo sem aulas.
Cita como exemplo a pesquisa Cpers\Dieese, em que há registro de contaminação entre servidores de 142 escolas estaduais.

A coordenadora regional de Educação, Cássia Benini, reconhece que houve contágios no quadro de servidores do Vale, mas que todas as medidas de isolamento e higienização dos espaços foram adotadas.

De acordo com ela, a coordenadoria trabalha para garantir o máximo de segurança para os professores e alunos. Quanto aos prazos, acredita que a região estará preparada à retomada dentro do prazo estipulado pelo Estado.


Detalhes do plano

• Horário diferenciados de entrada e saída das turmas para evitar aglomeração;

• Turnos das aulas serão reduzidos para limpeza dos espaços;

• Temperatura aferida antes de o aluno entrar na escola;

• Aluno com temperatura igual ou superior a 37,8 graus não entram na escola e será orientado acompanhamento dos sintomas e a busca dos serviços de saúde;

• Uso de máscara e distanciamento mínimo obrigatório por parte dos responsáveis que levam e buscam as crianças;

• Acesso na escola deve ser evitado, sendo permitido na Educação Infantil;

• Máximo de 50% dos alunos na sala, mais distância mínima de 1,5 metro e uso de máscara;

• No entanto, a regra é que as regiões terão de estar a duas semanas em bandeira laranja ou amarela. Do contrário não podem reabrir;

• Autonomia dos pais em permitir ou não a ida dos filhos às escolas.

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