Levantamento da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) sobre o número de professores e servidores de escola em grupo de risco mostra a necessidade de substituição do quadro para a retomada.
O documento foi entregue à Secretaria Estadual de Educação (Seduc) que organiza a rede para atender o prazo previsto pelo governador Eduardo Leite. O valor estimado para investimento na rede estadual representa um custo extra de R$ 270 milhões.
Esse recurso será usado para treinamento das equipes, compra de equipamentos de proteção, materiais de desinfecção, contratação de professores e profissionais de apoio (serventes e merendeiras).
Conforme os dados da 3ª CRE, dos mais de 1,5 mil professores, 165 são dos grupos de risco. Para serventes e merendeiras, dos 463 servidores, 90 serão substituídos. A rede regional tem mais de 19 mil alunos em 86 escolas distribuídas em 32 cidades.
Rede pública
O Ensino Médio para escolas privadas fica para o dia 21 de setembro, enquanto nas escolas públicas, a previsão aponta para 13 de outubro. Essa diferença de 24 dias se explica pela necessidade de melhorias estruturais nas instituições do Estado, contratação de professores e adaptação das equipes de servidores de higienização.
No detalhamento dos investimentos, o Estado anuncia a aquisição de chromebooks (modelo de notebook) para os professores. Serão 50 mil equipamentos, dos quais 25 mil já foram adquiridos e devem chegar neste mês. A entrega dos outros 25 mil se dará até o fim do ano.
Para garantir a segurança de alunos e professores, o Estado prevê a compra de equipamentos de proteção individual para alunos e professores da rede estadual, como cerca de 9,8 mil termômetros de testa, 328 mil máscaras de uso infantil, 1,9 milhão de máscaras de tamanho infanto-juvenil e 1,3 milhão de máscaras para adultos (alunos e funcionários). No total, o investimento somente em EPIs será de cerca de R$ 15,3 milhões.
Cpers mantém postura contrária ao retorno
Para o coordenador do núcleo do Cpers da região, Gerson Johann, apesar do anúncio dos investimentos do Piratini, não há condições para a retomada das atividades presenciais. Na avaliação dele, há professores e servidores de escola que foram contaminados mesmo sem aulas.
Cita como exemplo a pesquisa Cpers\Dieese, em que há registro de contaminação entre servidores de 142 escolas estaduais.
A coordenadora regional de Educação, Cássia Benini, reconhece que houve contágios no quadro de servidores do Vale, mas que todas as medidas de isolamento e higienização dos espaços foram adotadas.
De acordo com ela, a coordenadoria trabalha para garantir o máximo de segurança para os professores e alunos. Quanto aos prazos, acredita que a região estará preparada à retomada dentro do prazo estipulado pelo Estado.
Detalhes do plano
• Horário diferenciados de entrada e saída das turmas para evitar aglomeração;
• Turnos das aulas serão reduzidos para limpeza dos espaços;
• Temperatura aferida antes de o aluno entrar na escola;
• Aluno com temperatura igual ou superior a 37,8 graus não entram na escola e será orientado acompanhamento dos sintomas e a busca dos serviços de saúde;
• Uso de máscara e distanciamento mínimo obrigatório por parte dos responsáveis que levam e buscam as crianças;
• Acesso na escola deve ser evitado, sendo permitido na Educação Infantil;
• Máximo de 50% dos alunos na sala, mais distância mínima de 1,5 metro e uso de máscara;
• No entanto, a regra é que as regiões terão de estar a duas semanas em bandeira laranja ou amarela. Do contrário não podem reabrir;
• Autonomia dos pais em permitir ou não a ida dos filhos às escolas.