Pesquisa aponta desaceleração de contágios no RS

evolução científica

Pesquisa aponta desaceleração de contágios no RS

Incidência entre infectados na mesma residência é menor. Por outro lado, imunidade de pessoas que já foram contagiadas não é confirmada. Resultados são da oitava fase da Epicovid

Pesquisa aponta desaceleração de contágios no RS
Estado

A oitava rodada da pesquisa Epicovid, estudo de prevalência do coronavírus, liderado pela Univesidade Federal de Pelotas (UFPel), com o apoio de outras 12 instituições de ensino superior gaúchas, trouxe duas novidades sobre a transmissão do novo coronavírus.

Conforme o estudo, nas residências com uma pessoa infectada, 33% dos moradores terão o vírus. Ou seja, em uma mesma casa, uma em cada três pessoas serão contaminadas, conforme a pesquisa. O número é bem inferior ao que se acreditava no início dos estudos.

Ao mesmo tempo, não se pode dizer que pessoas já contaminadas são imunes ao novo coronavírus. Nem mesmo os testes rápidos são capazes de identificar cargas virais menors. Para que a imunidade seja conferida, o indivíduo infectado deve ter sido vítima de um quadro muito forte, ou ter tido contato muito recente com o vírus. O reitor da UFPel e médico infectologista, Pedro Hallal, explicou a nova descoberta.

“Esse é um conhecimento muito novo, após três ou quatro dias de infecção o nosso teste é capaz de pegar. Não sabemos quanto tempo o teste consegue identificar depois. Em quadros mais pesados, pega em até 6 meses depois, o que a gente não sabe é para quadros muito leves”, detalhou.

Para ele, a mudança das teses é um movimento comum das investigações científicas. “A ciência evolui e nós mudamos nossas conclusões” declarou Hallal.

Resultados da oitava rodada

Contágios estão menos acelerados. Número real de casos pode ser 0,1 vez maior do que notificações

A Epicovid, é a maior pesquisa epidemiológica de coronavírus do Brasil, e o estudo com maior número de fases de amostragem sob uma mesma população do mundo. Em outros lugares, esse tipo de pesquisa teve, no máximo, quatro etapas.

“O Rio Grande do Sul está com a epidemia em um processo de desaceleração. Os números do estado são bons em relação com o resto do Brasil”, disse Pedro Hallal.

Canoas é o município com maior número de casos (19), seguido por Passo Fundo (10) e Porto Alegre (9)

A pesquisa ainda demonstra uma prevalência discrepante do vírus na região metropolitana de Porto Alegre. O Rio Grande do Sul é o terceiro estado com maior controle no número de mortes por covid-19.

Em um deles, Minas Gerais, a coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, citou que o número de óbitos totais é muito maior do que em 2019, o que pode significar um alto número de subnotificações.

Rio Grande do Sul (em vermelho), só tem o controle de óbitos pior do que os estados do Paraná e Minas Gerais

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