“Acredito na arte como uma potência transformadora”

Abre aspas

“Acredito na arte como uma potência transformadora”

Na vida de Tuane Eggers, 30, a fotografia surgiu como uma forma de expandir o jardim de casa e criar novos universos. Fotógrafa e artista visual, atualmente ela faz mestrado em Artes Visual na UFRGS e atua também com audiovisual. Natural de Lajeado, Tuane vive hoje em Porto Alegre.

“Acredito na arte como uma potência transformadora”
Arquivo pessoal
Lajeado

• Em que momento da sua vida e de que forma descobriu a fotografia?
A fotografia surgiu com mais intensidade na minha vida na adolescência, quando eu ainda morava em Lajeado e percebia ela como uma ferramenta para criar outros universos, como uma forma de expandir o jardim da minha casa e também de olhar para o mundo e para mim de maneira diferente. A fotografia foi uma espécie de portal muito transformador.

• O que mais gosta de fotografar no momento?
Ao longo dos anos, em minhas pequenas viagens fotográficas, foi surgindo um interesse especial por registrar fungos, principalmente sob a forma de cogumelos. No momento, estou finalizando minha pesquisa de mestrado em Artes Visuais na UFRGS, envolvendo cocriações experimentais imagéticas com esses seres, que são tão fascinantes e essenciais para a transformação dos fluxos da matéria no planeta.

• Com o que trabalhas atualmente?
Além de estar finalizando essa pesquisa como bolsista da Capes, trabalho como artista visual, com foco na fotografia, em diferentes projetos. Também atuo no campo audiovisual. É um desafio viver fazendo arte e pesquisa em um contexto tão desesperançoso quanto o do Brasil, né? Um tanto desesperador ver tamanha destruição conduzida por esse (des)governo em muitas áreas, mas principalmente na cultura e educação. Ainda assim, acredito na arte como uma potência transformadora da realidade – e espero que esse período político de trevas em que vivemos seja muito breve.

• Preferes fotografar o conhecido ou desconhecido? Sua terra natal ou um lugar novo?
Mesmo que minha prática fotográfica aconteça mais em um ambiente íntimo, em viagens com meus amigos ou em lugares em que me sinto confortável, mesmo que seja só eu comigo mesma, penso que gosto muito de fotografar o desconhecido. A fotografia para mim é um tipo de ferramenta que me permite olhar e guardar o mundo de forma diferente. Ela permite que eu me aproxime de certas coisas e pessoas, de forma que talvez não aconteceria se eu estivesse sem uma câmera.

• O que te motiva a fotografar?
Gosto muito de pensar em como a fotografia e o tempo estão intrínseca e paradoxalmente relacionadas: enquanto a fotografia trabalha com um instante ínfimo, com a captação de um fragmento de tempo muito pequeno, ela também tem a capacidade de expandir esse instante a um tempo infinito ao congelar aquela imagem. Isso me encanta e me faz pensar no que quero fazer permanecer com as minhas fotografias – e quando observo o meu próprio trabalho, penso que quero guardar os universos, cenas, situações ou expressões que me causaram encanto e espanto, no sentido da experiência com algo sublime; e espero que eles possam transportar os olhos espectadores a lugares e sentimentos semelhantes aos que tive quando fotografei.

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