“Tem que se manter o normal de uma maneira diferente”

Entrevista

“Tem que se manter o normal de uma maneira diferente”

Médico psiquiatra Bruno Borba destaca que é necessário se adaptar às tecnologias para manutenção dos vínculos familiares em meio à pandemia

“Tem que se manter o normal de uma maneira diferente”
Profissional foi entrevistado no A Hora Bom Dia / Crédito: Mateus Souza
Lajeado

Há quase seis meses, o Vale do Taquari convive diariamente com a pandemia da covid-19. Neste período, além do desafio de manter os cuidados na luta contra o vírus, muitas pessoas também sofrem com problemas de saúde mental. Casos de depressão, por exemplo, se agravaram neste período.

O tema foi abordado pelo médico psiquiatra Bruno Borba, em entrevista ao programa “A Hora Bom Dia”, na Rádio A Hora 102,9. Borba esteve na emissora há quatro meses falando sobre o assunto e fez uma comparação com o período de guerras.

“Tem muito mais mortos, em algumas guerras, por suicídio, do que em combate. E é mais ou menos o que estamos vivendo. É uma guerra contra um inimigo invisível e que afeta nossa onipotência, de saber que a gente não tem o controle da situação. As coisas estão se adaptando, mas as pessoas ainda tem muitas incertezas”, comenta.

Conforme Borba, nos primeiros meses houve uma estabilização no número de consultas particulares. Contudo, os sintomas de ansiedade e depressão são verificados em todas as faixas etárias. “Mas percebemos um aumento principalmente nos idosos, justo aqueles que a gente preferia que estivessem mais protegidos”, ressalta.


Adaptação

Borba defende que, para manter a saúde mental em dia, pode ser feita uma“flexibilização” para que as famílias não fiquem distantes. Porém, destaca que é importante conhecer as necessidades de cada um.

“Solidariedade, vínculos e conhecimento são os pilares da saúde mental. É possível desenvolver os vínculos pela internet. Mas algumas coisas do isolamento podem ser flexibilizadas. Tem que ter certos cuidados, mas os problemas na saúde mental podem ser tão maléficos quanto a doença”, afirma.

O médico dá o exemplo da própria família, já que ele é natural de Bagé, e que necessitou das videochamadas para enfrentar a saudade de estar com os familiares. “Tem que se manter o normal de uma maneira diferente. Se tu visitava tua mãe todos os dias, então tem que ligar para ela todos os dias”, exemplifica Borba.

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