A pandemia, que chegou com força ao país em março, trouxe reflexos negativos e perdas significativas para a economia nacional, resultando também em aumento no desemprego. Paralelo a isso, muitos trabalhadores buscam maneiras alternativas de garantir sua renda, através do empreendedorismo.
Na situação atual, de crise, a abertura das chamadas Micro e Pequenas Empresas (MEIs) cresce em todo o país. Na região, foram 2,4 mil MEIs novas registradas desde o começo do ano até o fim de julho, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mais do que em 2019, no mesmo período.
Todos os 38 municípios da região registraram abertura de novas MEIs em 2020. Lajeado lidera a lista, seguido por Estrela e Teutônia. Por outro lado, Coqueiro Baixo, município com maior índice de população idosa e com economia voltada para a agricultura, teve apenas dois novos registros ao longo do ano.
Segundo a gerente regional do Sebrae Vales do Taquari e Rio Pardo, Liane Klein, uma pesquisa realizada anualmente mostra que o número de MEIs vinha em uma crescente, sendo que muitas surgiram por oportunidades. “Agora percebemos que há um aumento de registros por necessidades, de pessoas que estavam com uma renda menor ou que perderam o emprego”, salienta.
“Devemos olhar o lado positivo”
Para André Bücker, secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura de Lajeado, o aumento de MEIs em 2020 é considerado positivo, sobretudo porque houve menos baixas neste ano do que em 2019. “Em alguns casos, realmente a MEI acaba sendo uma alternativa. Mas devemos olhar o lado positivo. Mesmo com as dificuldades, as pessoas não se furtam em buscar alternativas e fazer com que a economia cresça”, ressalta.
No município, são 1.020 aberturas de MEIs desde o início do ano, com 301 baixas. Em todo 2019, foram 941 aberturas e 500 baixas. Já em Teutônia, foram abertas 294 MEIs neste ano, enquanto 108 fecharam. “Só em agosto, foram 32 novos registros e 16 baixas, resultando em saldo positivo de 16”, comenta o secretário da Indústria, Comércio e Turismo, Sidnei Eckert.
Para Sidnei, além da questão do desemprego, muitas aberturas de MEIs se devem a sonhos dos próprios trabalhadores em ter o seu próprio negócio. “Com a crise e o desemprego, aparece a oportunidade de empreender. Todo mundo precisa encontrar uma opção”, ressalta.
No país
Em quase seis meses, conforme dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foram registrados 784,3 mil registros no Simples Nacional. Destes novos negócios, a maioria esmagadora – 684 mil – são de MEIs, quase 43 mil a mais do que no mesmo período de 2019.
