Tudo precisa voltar. Todos, não!

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Tudo precisa voltar. Todos, não!

Lajeado

Erramos muito. Acertamos muito. Aprendemos (ao menos deveríamos) mais ainda. Informações têm aos montes. Desinformações, também. Certo ou errado, chegamos até aqui melhores do que imaginamos estar quando entramos. Afinal, chegou a se projetar 1 milhão de mortes no Brasil. Isso não quer dizer que as quase 120 mil mortes até aqui são pouco. Pelo contrário, é trágica cada vida levada pelo maldito e enfadonho vírus.

Falar daqui para trás só adianta para a ciência, a estatística e a política. Sim, política, porque no Brasil tudo vira palanque.

Para a sociedade, importa daqui para frente. E daqui para frente, está claro que precisamos acelerar nossa volta. O #fiqueemcasa precisa ficar restrito ao grupo de risco. Todos aqueles com comorbidades flagrantes precisam se manter reclusos, sob cuidado intenso e rígido. Não apenas pela possibilidade de faltar leitos nos hospitais, mas também, e principalmente, porque a covid-19 é letal para quem tem outras patologias.

Agora, o restante – e aqui está a grande maioria da população – precisa voltar às atividades. Os protocolos estão aí. Usar máscara, álcool gel, lavar as mãos, evitar cumprimentos e aglomerações precisam ser rotina cotidiana. Não é o normal. Mas é novo. E é necessário voltar.

E a razão é simples: a economia não suporta mais ficar parada, mesmo que parcialmente. O #fiqueemcasa só faz sentido para quem é do grupo de risco. O restante, mãos à obra, sem disfarce. Se insistirmos em adiar a volta daquilo que é essencial – e a lista é grande – , o dano será duro e irreversível logo ali na frente.

O auxílio emergencial e o socorro governamental, uma hora acaba. E a conta, bem sabemos, sempre vem. Precisamos nos preparar. E preparar significa acelerar a volta ao trabalho de quem está fora do grupo de risco, a volta imediata das aulas presenciais de todas as redes e parar de falar em fechar o comércio.

Daqui para frente, tudo precisa voltar, com os cuidados e os adequados protocolos que já foram amplamente discutidos e estabelecidos. Voltar tudo não significa voltar todos. #fiqueemcasa o grupo de risco. O restante, #voltajá, com todos os cuidados exigidos pelos protocolos.


As eleições vêm aí. E o ‘chumbo’ também

Sem clima, mas com muito alvoroço, baixaria e ataques. Sabe aquela solidariedade, aquela empatia, aquele bom senso, aquela compaixão verificada logo no início da pandemia e que poderia ser o grande legado da quarentena? Lembra? Pois é. Esquece tudo durante os três meses que antecedem as eleições.

O debate será em baixo nível, sobremaneira, nas redes sociais. Os mais atentos já perceberam. Tem os internautas de plantão só esperando postagens dos adversários para atacar. Sem falar dos robôs, que mesmo sem coração, têm amplo poder de destruição.

Em algum momento cheguei a imaginar que o nosso debate eleitoral este ano poderia amadurecer e subir um degrau. Ledo engano. Será um ‘Deus nos acuda’ de todo lado. Quero estar errado, mas pelas amostras que recebi até aqui, a campanha se dará, mais uma vez, muito mais no campo dos ataques e das desconstruções do adversário, do que no campo das ideias em construir cidades melhores. Me cobrem!


UMA SOLUÇÃO PRECISA EXISTIR

Foto: Gabriel Santos

Na primeira reunião do atual prefeito Marcelo Caumo com os empresários lajeadenses, na Acil, a promessa foi enfática no sentido de que o enrosco entre lojistas e ambulantes seria resolvido. Passaram-se quase três anos sem que a situação tenha recebido um encaminhamento que deixasse empresários varejistas da cidade satisfeitos.

A mais recente proposta é construir um camelódromo, ou seja, um local específico e único par abrigar os vendedores de rua. Faz tempo que a concorrência desleal e a atuação irregular avança pelas ruas da cidade, muito além da Júlio de Castilhos. Vamos ver se agora vai!

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