A promessa de Caumo

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

A promessa de Caumo

Vale do Taquari

A promessa do prefeito Marcelo Caumo (PP) preocupa a base governista. O chefe do Executivo lajeadense afirmou, durante a campanha de 2016, que não concorreria à reeleição em 2020. Ele inclusive registrou a garantia em cartório – mas não a registrou no Tribunal Superior Eleitoral. Os depoimentos do gestor em diferentes debates serão exaustivamente utilizados pela Oposição até o dia 15 de novembro. E isso é um tanto quanto óbvio. Mas há quem aposte em algo mais. Algo como uma denúncia formal por suposto “estelionato eleitoral”.


A promessa de Caumo II

Marcelo Caumo vai à reeleição. A tática para tentar driblar os ataques da Oposição ainda é uma incógnita. E não será nada fácil, eu reforço. As imagens do gestor em frente ao cartório, logo após assinar um documento com a promessa, e os mais diferentes vídeos de debates onde ele reforça a promessa são comprometedores para sua imagem. Votar em quem prometeu não concorrer vai gerar um mal-estar em boa parte do eleitorado progressista – ou simpatizante. Resta saber o impacto real sobre a votação final. Isso é outra incógnita.


A promessa de Caumo III

Entre os membros da base governista, principalmente aqueles que estiveram mais envolvidos na campanha de 2016, ninguém assume publicamente a autoria da ideia. Há certo constrangimento interno entre membros do PP e partidos aliados, especificamente sobre a promessa de Marcelo Caumo. Por outro lado, há também a convicção de muitos correligionários de que o conjunto todo da obra vai prevalecer sobre a promessa descumprida. É uma incógnita, reitero. Decifrar o comportamento do eleitor é tarefa árdua.


A promessa de Caumo IV

É difícil afirmar se a promessa de fato surtiu efeito sobre o eleitor em 2016. Embora recente, o ano de 2016 resguardava outro contexto político-social. Além disso, estávamos na iminência de uma reforma eleitoral, e a reeleição era um dos principais tópicos a ser debatido. Talvez, e eu disse talvez, os autores da promessa imaginassem que a ideia seria levada a cabo em todo o Brasil por meio do Congresso. E, diante dessa certeza, eles supostamente tentaram antecipar os louros para angariar simpatia junto aos eleitores mais indecisos. Vai saber…


Homenagens em ano eleitoral

As recorrentes homenagens permanecem na pauta dos vereadores. Em Lajeado, já são cinco projetos de lei protocolados desde o dia 15 de agosto. São três matérias para nomes de ruas, uma para nome de praça, e também uma proposta mais aceitável, digamos assim, que prevê homenagens para familiares de doadores de órgãos e tecidos do município, sem citar nomes neste momento. Em Encantado, ainda são corriqueiras as Moções de Aplauso, Reconhecimento e Pesar. Em ano eleitoral, é uma “arma” e tanto para quem busca reeleição!


Volta às aulas

O governo do estado volta a apresentar um possível cronograma para o retorno das aulas presenciais. As datas são vistas com desconfiança por toda a população gaúcha. Uns não gostaram. Outros aprovaram. E tantos outros apostam em uma nova recuada por parte da equipe do governador Eduardo Leite (PSDB). A ausência de um consenso é geral em todo o país. Por ora, os únicos exemplos práticos são verificados em Manaus (AM).

Na capital amazonense, as aulas privadas retornaram em julho e as escolas públicas em agosto. Em Manaus, uma pesquisa apontou que 342 entre 1.064 profissionais da rede pública testaram positivo para a covid-19. Entretanto, a pesquisa mostra dados curiosos. Desses 342, um total de 238 (ou 70%) apresentaram IgG positivo, indicando que eles tiveram contato com o vírus em semanas anteriores, quando as aulas presenciais ainda estavam suspensas.


Errei!

Na edição de terça-feira, publiquei sobre a sindicância que investiga o contrato firmado sem licitação pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Lajeado (Secel) com uma microempresa de produção de conteúdo, cujo proprietário é um ex-estagiário da secretaria, filiado ao PSDB – partido do Secretário da Secel, Carlos Reckziegel. O promotor notificou o Executivo para que finalize a sindicância em 10 dias. Mas, e diferentemente do que foi publicado na edição de ontem, a sindicância do governo municipal possui, sim, um presidente.


DEM em Estrela

Foi oficializada a primeira candidatura a prefeito e vice em Estrela. O anúncio é do Democratas, após a convenção virtual realizada na segunda-feira. O policial federal Diego de Castro é o pré-candidato a prefeito. Ao seu lado, o tenente-coronel Carmo Horn. O partido não vai indicar postulantes para o cargo de vereador.


O Rancho do Biguá

Na segunda-feira fiquei sabendo da morte do Biguá. Jair Ely não resistiu à covid-19 e foi descansar com seus amigos e parentes – na verdade foi preparar aquele bom churrasco com caipirinha. O Biguá era tio dos meus primos. E eu o conheci na barranca do rio Forqueta, no Camping do Irineu, em Arroio do Meio, onde eu costumava acampar com meu pai nos idos dos anos 80 e 90. Era lá que ele montava o Rancho Do Biguá. Depois ele ajudou a criar o grupo “Costeiros do Rio Taquari” e não cansou de fazer amigos. Vai deixar só boas lembranças, o querido Biguá. Descanse em paz, tchê!

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