Uma das mais importantes datas do calendário eleitoral está próxima. Nesta segunda-feira, 31, inicia o período para partidos realizarem suas convenções partidárias, visando a definição de candidatos a prefeito, vice e vereadores e a formação de coligações para as eleições municipais.
Nas seis cidades mais populosas do Vale do Taquari, quatro prefeitos tentarão a reeleição. Adroaldo Conzatti (PSDB), em Encantado, Jonatan Brönstrup (PSDB), em Teutônia, Klaus Schnack (MDB), em Arroio do Meio, e Marcelo Caumo (PP), em Lajeado, terão ex-prefeitos, antigos aliados e vereadores entre seus adversários.
Em Estrela, a base aliada do prefeito Rafael Mallmann (MDB) se dissolveu, resultando em várias pré-candidaturas. Em Taquari, o atual grupo político que comanda a cidade aposta no vice para suceder o segundo mandato de Emanuel Hassen de Jesus (PT).
O período destinado às convenções partidárias e definição sobre coligações vai até o dia 16 de setembro. Depois, abre o prazo para registro das candidaturas aos cargos executivos e legislativos, que deve ser feito até 26 de setembro.
Cenário em Lajeado
Em Lajeado, o cenário aponta para uma reedição da disputa de 2016. Marcelo Caumo tentará a reeleição e, como principal adversária, surge a pré-candidatura de Márcia Scherer, segunda colocada no pleito passado.
Conforme o presidente do PP, Natanael dos Santos, Caumo repetirá a dobradinha com Gláucia Schumacher para tentar mais quatro anos de governo. “Ainda estamos definindo a data da convenção, mas eles serão os nossos candidatos”, afirma. O PSDB, por meio do presidente Carlos Reckziegel, confirma apoio a Caumo. A coligação ainda deve contar com PL, PSL e PDT.
Já o MDB tem o vereador Carlos Ranzi como pré-candidato a vice de Márcia. Contudo, o presidente Ricardo Giovanella admite conversas com outras siglas. “O Ranzi se colocou à disposição para nos ajudar. Mas nos deixou a possibilidade de conversar com outros partidos para compor. Apoios confirmados teremos apenas após as convenções”, avisa.
As conversas com o MDB foram confirmadas pelo presidente do PT, Auri Heisser. O partido tem o vereador Sérgio Kniphoff como pré-candidato a prefeito, mas a sigla projeta a formação de um grupo oposicionista. “Estamos tentando construir uma composição, conversando com outros partidos de oposição. Se não avançarmos, ele (Kniphoff) será nosso candidato”, garante.
O PSB bateu o martelo em torno do nome de Daniel Fontana. Agora, a sigla busca definir quem será o vice, que pode vir do próprio partido ou de uma sigla coligada. “Temos dois nomes, sendo um mais jovem e o outro experiente. Um deles é de outro partido”, comenta o presidente Rodrigo Conte, que não revela os nomes por “questão estratégica”.
Um partido que o PSB dialoga é o DEM, que lançou o tenente Gilberto Schmidt como pré-candidato a prefeito. O MDB também já procurou a sigla para formar uma composição.
Sete pré-candidatos
Dentre os principais municípios do Vale, Estrela é o que apresenta o maior número de pré-candidaturas ao Executivo: sete. A maioria são de políticos e partidos que fizeram parte da atual gestão. Do partido do prefeito Rafael Mallmann, surgiu a pré-candidatura de Comandante César.
César conta com o apoio de PP e PSDB. Contudo, internamente, há quem defenda a retirada de sua candidatura para que o MDB indique o vice de Elmar Schneider (PTB), ex-deputado estadual e ex-secretário de Saúde do governo Mallmann. “Schneidinha”, como é conhecido, já tem o apoio do PSD.
O vice-prefeito Valmor Griebeler, que ano passado trocou o PV pelo PL, também está na corrida. Ele conta com o apoio de sua ex-sigla e também do Republicanos, que deve indicar o candidato a vice na chapa, o vereador José Alves. Já o PDT aposta em Paulo Argeu Fernandes, que preside a sigla, como candidato, enquanto o PT tem a suplente de vereadora Denise Goulart como postulante ao Executivo.
No campo da direita, DEM e PSL possuem seus pré-candidatos. Tanto o policial federal Diego de Castro quanto o empresário Eduardo Wagner têm aspirações eleitorais. Porém, existem conversas para aproximação entre as duas siglas.
Sem consenso em Encantado
Em Encantado, tentou-se costurar uma candidatura de consenso para as eleições. A iniciativa não avançou, sobretudo porque PSDB e PP recusaram-se a não indicar nomes para o executivo, o que era o desejo de um bloco de partidos chamado “G-5” (MDB, PTB, PT, PSB e PDT).
Adroaldo Conzatti (PSDB) será candidato a reeleição e deve receber o apoio do G-5. Segundo o presidente do PT, Luciano Moresco, o grupo de siglas avaliou que seu projeto de governo tem mais afinidade com a atual gestão e ficará com a indicação do vice. “Entendemos que seja mais viável aceitar o convite do atual prefeito”, ressalta.
Já o PP, que rompeu com o PSDB no ano passado, terá uma chapa puro-sangue. Resta definir, porém, quem será o prefeito e quem concorre a vice. O ex-prefeito Paulo Costi e o atual vice, Enoir Cardoso, estão no páreo.
Três chapas em Teutônia
Assim como em 2016, Teutônia deve contar com três candidatos a prefeito. Embora ainda sejam pré-candidaturas, as majoritárias estão desenhadas. Pelo lado do governo, Jonatan Brönstrup (PSDB) disputa a reeleição e aposta novamente na dobradinha com Valdir de Oliveira do Amaral, o Dirinho.
Brönstrup costurou o apoio de cinco partidos à sua coligação: PSD, PSB, PSL, DEM e PV.
Um dos seus adversários já foi vice do pai, Ricardo Brönstrup, quando este foi prefeito. Filiado ao PP, Ariberto Magedanz também foi vereador por quatro mandatos e é a aposta do partido para voltar ao poder. Terá a vereadora Keetlen Link (MDB) como vice, numa chapa que deve contar ainda com PT e PTB.
Derrotado por Brönstrup em 2016, Celso Forneck (PDT) volta às urnas. O professor de História costurou uma aliança com a vereadora Aline Kohl, que trocou recentemente o PP pelo Cidadania, após entrar em conflito com a executiva do partido.
Atual contra o ex-prefeito
Arroio do Meio reedita a tradicional disputa entre MDB e PP. Pelo lado da base governista, Klaus Schnack disputa a reeleição e tenta dar o quarto mandato consecutivo ao partido. Ele repetirá a dobradinha com a vice, Eluíse Hammes (PT), e terá um leque de partidos ao seu lado. DEM e PSL devem apoiá-lo. A incógnita é o PTB, que apoiou Klaus em 2016.
O ex-prefeito Danilo Bruxel quer recolocar o PP no poder após 12 anos. Ele comandou o município entre 2001 e 2008 e tentou retornar à prefeitura em 2012, mas acabou derrotado por Sidnei Eckert. Sua candidata a vice será a vereadora Adriana Meneghini Lermen, do PDT.
Governo x Oposição
Em Taquari, o vice-prefeito André Brito representará o grupo governista nas eleições de novembro. Concorrendo pelo PDT, ele terá o apoio do PT, que indicará o candidato a vice. Há uma lista de nomes para o cargo, como os vereadores Leandro Mariante e Ramon de Jesus.
A dúvida está na oposição, se serão uma ou mais candidaturas. O PSDB cogita o ex-prefeito Cláudio Martins ou o atual presidente da sigla, João Batista, que concorreram em 2016. Pelo PP, o vereador Tio Nei se colocou à disposição a ser vice. O MDB ainda não definiu rumo no pleito.