Dados indicam Vale no limite entre a laranja e a vermelha

Distanciamento Controlado

Dados indicam Vale no limite entre a laranja e a vermelha

Com dois surtos, Lajeado registra aumento no número de casos ativos. Ontem chegou a 92 pessoas contaminadas e dentro do período de transmissão da doença. Semana também foi de crescimento nos óbitos

Dados indicam Vale no limite entre a laranja e a vermelha
Vale do Taquari

O comitê de crise avalia que os números desta semana deixarão o Vale com a pontuação no limite entre a bandeira laranja e a vermelha. Como há dúvidas sobre mudanças seguidas nos critérios de tabulação do Estado, o grupo não tem como definir se a região regride ou se mantém com grau mais elevado de risco.

Ainda que permaneça no vermelho, a homologação do sistema de gestão compartilhada do Distanciamento Controlado faz com que não haja restrições às atividades econômicas. A estratégia regional instituiu medidas mais flexíveis quando estiver em bandeira vermelha para quatro atividades: administração pública, hospedagem, alimentação e comércio não-essencial.

Por outro lado, o grau de risco vermelho traz o alerta para maior risco de transmissão, em especial devido ao aumento no número de casos ativos. Em Lajeado região, do dia 20 até ontem, os casos ativos cresceram 30%. Eram 64 faz sete dias e passaram para 92. Conforme o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, há dois surtos ativos na cidade, em uma empresa e em um lar de idosos.

Pelos testes deste lar geriátrico, das 42 pessoas, entre internos e funcionários, 37 deram positivo para a doença. “Quando temos esse tipo de registro, é sempre uma preocupação, pois são pessoas de risco, que possivelmente vão precisar de internação. O que traz também a chance de, infelizmente, mais óbitos.” De segunda-feira até ontem, dois pacientes de Lajeado morreram em decorrência da covid-19. O total na cidade é de 34 mortes.

Critérios da volta às aulas

A bandeira de risco das regiões é um dos pontos já decididos quanto à estratégia de volta às aulas. Conforme acordo entre Estado e Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs), quando forem autorizadas as atividades presenciais, somente regiões em bandeira amarela ou laranja poderão reabrir as escolas.

Um novo cronograma para o ensino gaúcho será apresentado pelo Estado na próxima terça-feira, dia 1º de setembro.

Propostas do Vale encontram resistência

Desde o início da pandemia, o Vale do Taquari já dispunha de uma comissão técnica. Algumas cidades, como é o caso de Lajeado, inclusive antecipou medidas de distanciamento antes mesmo do Estado.

Essa organização prévia, afiançada por hospitais em reunião da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde no início de março, se manteve nos meses posteriores. Como consequência, diversas políticas do governo estadual foram questionadas. “O fato de estarmos organizados fez com que avançássemos em diversos pontos dos quais o Estado não estava disposto”, resume o prefeito Caumo.

Entre os exemplos, estão os apontamentos de falhas nos critérios para bandeira vermelha, quando a região ficou duas semanas com restrições nas atividades econômicas. Talvez o exemplo mais claro disso seja a falta de resposta quanto ao plano de volta às aulas pelos 3º anos do Ensino Médio das escolas privadas.

O projeto foi motivo de diversas reuniões, inclusive com apontamento positivo por parte de secretários estaduais. Após adaptações, o documento foi reencaminhado ao Estado, de onde não saiu mais.

“Percebemos que há um ‘freio’ nas propostas da região. O exemplo é o plano da educação. Temos uma proposta madura, pronta. Enquanto o Estado não tem uma definição da política de educação. Se liberar para nós terá de rever para todas as outras regiões gaúchas”, analisa o prefeito Caumo.

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