Vale fecha 3,1 mil vagas. Dessas, 25% foram em Teutônia

Economia Regional

Vale fecha 3,1 mil vagas. Dessas, 25% foram em Teutônia

No primeiro semestre, o município de Teutônia teve a maior retração em vagas de trabalho entre 38 cidades da região. Resultado foi puxado pelas demissões do setor calçadista. Empresários do ramo apostam em uma melhora no cenário a partir de setembro

Vale fecha 3,1 mil vagas. Dessas, 25% foram em Teutônia
Foto: Arquivo A Hora

A pandemia forçou a queda na produção das e também resultou em menos exportações. Essa combinação de fatores é o motivo para Teutônia ter amargado o fechamento de 812 vagas de emprego de janeiro a julho.

O ano começou positivo para a economia, com saldo positivo em janeiro e fevereiro. Na metade de março essa condição começou a mudar. Os dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged) mostram que a queda foi drástica em abril, no período mais severo das restrições às atividades econômicas na região. Naquele mês, o município perdeu 729 postos de trabalho.

“Vínhamos com uma perspectiva muito boa. De repente tudo mudou e tivemos de nos adaptar”, conta o proprietário de um atelier de calçados na cidade, Vanderlei Weiand.

A empresa dele tem 180 funcionários. “Entre março e abril, ficamos 21 dias fechados. Foi muito complicado. Não havia faturamento e os custos seguiam.” De acordo com ele, mesmo com a reabertura, os pedidos continuavam em baixa e seguem até agora. “Estamos com 50% da demanda que tínhamos em janeiro e fevereiro.”

Em janeiro, Teutônia contabilizava 10,4 mil trabalhadores com carteira assinada. Passado o primeiro semestre, 7,7% dessas vagas de trabalho foram extintas. Do total de empregos gerados no município, 25% são de trabalhadores do setor calçadista.

Esforço conjunto

Para evitar demissões em massa, foi formado um grupo com 13 ateliers. As reuniões diárias tratavam do futuro do negócio e o que poderia ser feito para mitigar os prejuízos. Em parceria com a Câmara da Indústria e Comércio (CIC) e com a administração municipal, foram estabelecidas algumas políticas públicas.

Entre elas o auxílio aluguel. O município repassa às empresas R$ 50 por funcionário durante três meses. Essa medida foi um dos aspectos que ajudou a empresa de Weiand a não demitir. “Nosso esforço foi para não desligar ninguém. Também foi muito importante os auxílios de suspensão dos contratos, redução de carga horária e antecipação de férias”, relembra.

O presidente da CIC, Airton Roque Kist, avalia que por esse perfil de produção calçadista, Teutônia costuma ter oscilação na empregabilidade. “Não é a primeira vez que o município enfrenta uma situação assim. É histórico.”

De acordo com ele, da mesma forma em que os impactos da recessão econômica são imediatos, a retomada calçadista também é ágil.

O prefeito Jonatan Brönstrup reforça essa avaliação. “É um setor que oscila muito e de forma rápida. Assim como demite, também recontrata.” Segundo ele, em conversas com empresários do setor, a perspectiva é que setembro haja aumento na abertura de postos de trabalho.

Uma empresa fecha e 500 pessoas são desligadas

Para além da pandemia, uma das indústrias calçadistas do município decretou falência. De acordo com o prefeito, desde o ano passado essa empresa vinha com problemas financeiros e pouco antes da chegada da covid-19 na região, já havia ingressado com pedido de concordata.

Foram desligadas cerca de 500 pessoas. Essa mão de obra foi contabilizada pelo Caged entre março e abril. “Esse foi um grande baque na empregabilidade do município e não tem relação com a pandemia”, afirma o prefeito Brönstrup.

 

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