Os vereadores de Encantado buscam medidas para facilitar o recomeço dos desabrigados ou desalojados pela cheia histórica de julho. Na semana passada, a câmara encaminhou para a Corsan de Encantado ofício solicitando isenção, suspensão ou descontos na tarifa de água para famílias atingidas pelo Rio Taquari.
Presidente da câmara, Valdecir Cardoso (PP) relata que o pedido surgiu em reuniões com as comunidades afetadas pela enchente, principalmente, do bairro Navegantes. Além da água, moradores de áreas alagáveis também pediram isenção da tarifa de luz, informa Cardoso.
Conforme o vereador, intuito desses descontos é amenizar as perdas provocadas pela cheia do Rio Taquari. Trecho do ofício destaca que parte das “famílias atingidas são de baixa renda, inclusive, incluídas em programas sociais do governo Federal”. Também cita que muitos moradores “perderam todo o pequeno patrimônio amealhado durante uma vida de sacrifícios e privações”.
Cardoso relata ainda o caso de famílias que tiveram custos maiores na conta de água devido à necessidade de limpeza da casa após a enchente ou em função de estragos na tubulação que geraram o gasto maior. Ao total, a enchente atingiu cerca de 700 casas em Encantado.
O assunto foi abordado na sessão de segunda-feira, 24, da câmara de vereadores e em reunião na quinta-feira, 21. Participaram desse encontro líderes comunitários e o gestor local da Corsan, Hugo Ogliari.
Conforme Ogliari, a superintendência da Corsan de Bento Gonçalves confirma que haverá desconto nas tarifas de água para residências atingidas pela cheia. Entretanto, ainda se estuda como será essa diminuição das taxas e quem poderá ser beneficiado.
Falta de testes para covid-19
Durante a sessão de segunda-feira, os vereadores também decidiram, por unanimidade, encaminhar ofício ao Ministério Público (MP) sobre o uso dos recursos para combate à pandemia do coronavírus. A câmara quer que o MP cobre do município informações do destino dos valores.
O tema foi proposto pela vereadora Jaqueline Taborda (PSDB). Positivada para a covid-19, ela afirmou durante a sessão não ter sido testada, mesmo apresentando sintomas. “Temos que buscar uma fiscalização mais forte, pois dizem que os protocolos são seguidos e que testes são feitos, mas na prática a gente não vê isso”, afirmou ao destacar o trabalho do Centro de Operações Emergenciais (COE).
Em apoio, Luciano Moresco (PT) e Marino Deves (PP) também percebem a necessidade de mais explicações. “O paciente particular faz teste e ganha medicamentos a partir dos primeiros sintomas. Se é do SUS, apenas se recomenda que vá para casa sem teste. Dinheiro não falta”, resume Deves.
Um pedido de informações já foi encaminhado ao governo pelo Executivo. O documento solicita a origem dos recursos na área de saúde, como estão sendo utilizados e como ocorre a testagem da população.
