Turismo regional se reinventa e aposta no pós-pandemia

reação promissora

Turismo regional se reinventa e aposta no pós-pandemia

Depois de um período de fechamento total, empreendimentos veem retorno de visitantes, em busca de contato com a natureza. Cuidados sanitários ainda exigem atenção

Turismo regional se reinventa e aposta no pós-pandemia
Em Imigrante, propriedade que abrigou três gerações da família foi reinventada para atender aos turistas. Foto: Gabriel Santos
Vale do Taquari

Uma propriedade rural centenária, com sua tradicional casa no estilo enxaimel, serviu de sustento para os Lagemann por cerca de oitenta anos em Imigrante. Com a produção agrícola diversificada, vacas de leite, algumas aves e suínos, os avós e os pais de Silvane alimentaram três gerações da família.

Hoje, o espaço segue mobilizando o trabalho familiar e gera o sustento da quarta geração, por meio do turismo.

“A ideia é preservar um pouco a cultura dos nossos antepassados. Para homenageá-los, criei o ‘Caminho do Frischtick’, que é o trajeto que a gente usava para ir para a roça”, afirma Silva Lagemann, que toca o negócio junto aos filhos e noras.

De março e junho, o setor do turismo viveu o pior momento dos últimos anos. Com as medidas de prevenção aos contágios pelo novo coronavírus, empreendimentos permaneceram meses fechados. A crise mundial atingiu os negócios turísticos da região.

Com o recente relaxamento nas medidas de distanciamento, empreendimentos do Vale do Taquari vivem um momento de reinvenção e retomada. É o caso da Cascata das Orquídeas.

Atuando no ramo desde 2016, Silvane criou novas opções de serviços e incrementou a gastronomia para atrair a clientela que não quer mais ficar em casa e busca alguma forma de lazer com segurança.

Nas últimas semanas, ela passou a atender grupos de até vinte pessoas mediante agendamento – a capacidade do espaço é de cerca de 200 visitantes.

O local oferece a possibilidade de café colonial ao ar livre e cestas com alimentos para um picnic na trilha que leva à cascata de cerca de 7 metros de altura.

Após a pandemia, o empreendimento ganhará ainda um salão para eventos, que está em fase de conclusão.

Novo perfil de clientes nos hotéis

Pequenos hotéis de cidades do interior do Vale, que costumavam atender principalmente representantes comerciais em viagens de negócios, se viram vazios nos últimos meses. Foi necessário buscar alternativas.

Até cinco anos atrás, os fins de semana eram de ocupação zero nos quartos do Hotel Marchetti, em Muçum. Aos poucos, os visitantes apareceram, atraídos pela rodovia do trigo. Nos últimos meses, o crescimento foi imediato.

“A pandemia foi um boom para o turismo daqui. Foi quando estourou. Todo mundo fala que quer o interior, o visitante vem em busca do contato com a natureza”, afirma Juliana Pereira, que administra o hotel junto ao marido, Tiago Marchetti.

O hotel utiliza as redes sociais para se comunicar com os clientes, mas Juliana conta que não foi adotada nenhuma estratégia diferente para atrair este novo perfil de cliente.

“O turista mesmo está nos procurando. Eles vão atrás pela rede social e nos ligam. Deixamos alguns quartos vazios para não ter aglomeração. Mas, se a gente quisesse locar, teria público”, afirma.

O Vale como destino

Para o presidente da Amturvales, Leandro Arenhart, a mudança de comportamento das pessoas, a localização e as características naturais do Vale apontam para um momento promissor.

“A busca por um contato com a natureza vai aumentar e o Vale do Taquari vai se favorecer muito. Não somos o destino top do estado, mas vamos pegar uma fatia legal do mercado”, projeta.

A associação encomendou uma pesquisa sobre os visitantes da Ferrovia do Trigo (veja no destaque). De acordo com Arenhart, esta é o principal destino dos turtistas, seguido pelo roteiro Delícias da Colônia, que abrange Estrela, Colinas e imigrante.

Arenhart é proprietário de uma pousada em Arroio do Meio. Desde que o estabelecimento reabriu, as reservas estão lotadas.

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