Acil instala régua para auxiliar no monitoramento de cheias

Efeito Simbólico

Acil instala régua para auxiliar no monitoramento de cheias

Equipamento será apresentado hoje. Responsável pelo projeto destaca importância simbólica do dispositivo. Presidente da entidade espera criação de sistema eficaz por parte do governo

Acil instala régua para auxiliar no monitoramento de cheias
Marcações na sede da entidade apontam registros de enchentes históricas em Lajeado

Como forma de simbolizar sua atenção com as movimentações do rio Taquari, a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) instalará hoje, em sua área externa, uma régua de sinalização das cheias. A entrega do dispositivo ocorrerá às 9h.

O instrumento foi desenvolvido pelos professores da Univates Sofia Royer Moraes e Rafael Eckhardt, enquanto o projeto arquitetônico ficou a cargo da arquiteta Kátia Eckert. O material será fixado na parede lateral da sede da Acil, junto à calçada pela avenida Benjamin Constant, quase na esquina com a rua Silva Jardim.

Para Sofia, que desenvolveu sua pesquisa de TCC sobre as inundações em Lajeado, a régua terá duas funções importantes. A primeira é de ajudar no monitoramento das cheias. “Quando tivermos uma ocorrência de inundação, ela conseguirá monitorar efetivamente, mostrando até que nível está indo, quantos centímetros está subindo por hora. Nos ajudará muito”, projeta.

Outro ponto importante, para Sofia, é o da preservação da memória. Segundo ela, isto ajudará a construir o futuro a partir dos erros e fatalidades do passado. “Vai contribuir para uma educação ambiental mais efetiva para as novas gerações, pensando no planejamento urbano e respeitando os limites naturais do nosso município”, ressalta.

Para definir o local de instalação da régua, Sofia e Eckhardt utilizaram equipamento de medição topográfica que identificou e aferiu a cota atingida pela cheia de 9 de julho.

Preocupação com o rio

Segundo o presidente da Acil, Cristian Bergesch, somente um plano completo do levantamento pluviométrico de toda a bacia dos rios Taquari-Antas terá um resultado efetivo no monitoramento das cheias. Contudo, destaca que a régua é uma forma de mostrar a preocupação da entidade com as enchentes.

“Ela simboliza a preocupação com o rio. Não vai solucionar a questão de controle das cheias, mas mostra que estamos monitorando e o que nós, enquanto sociedade, estamos fazendo para cuidar do problema da enchente”, ressalta.

O equipamento, feito em aço carbono, foi custeado pela própria Acil. Bergesch não revela o valor, mas diz que foi um “investimento alto” e que durará por muitas décadas.

Cobrança ao governo

A instalação da régua surgiu de forma natural, já que a Acil foi um dos locais atingidos pela enchente. A água quase entrou na entidade na cheia histórica do dia 9 de julho. No dia seguinte, a entidade cobrou do prefeito a implantação de um sistema mais eficaz no controle das cheias. Bergesch espera que sejam divulgados em breve um novo software e também um controle regional das cheias.

“Nós temos conversado com outras entidades, até de outras cidades, para saber o que elas tem feito junto ao poder público. E temos contato direto com o prefeito e o secretário de Planejamento, além de reuniões com a Univates”, ressalta.

Processos naturais

Conforme Sofia, enchentes são processo naturais do ciclo hidrológico que continuarão acontecendo. Ela elogia a iniciativa de instalação de réguas pela região para monitoramento dos eventos. “Numa escala regional, isso é ótimo, porque quanto mais consciência tomarmos disso, melhor será para o futuro da região”, afirma.

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