Estado libera provas campeiras após a Semana Farroupilha

Tradicionalismo e Pandemia

Estado libera provas campeiras após a Semana Farroupilha

A um mês do 20 de Setembro, tradicionalistas projetam celebrações online. Estado liberou atividades campeiras. Entretanto, competições não devem ocorrer na programação deste ano

Estado libera provas campeiras após a Semana Farroupilha
Governo do Estado anunciou a liberação das competições de modalidade campeiras a partir de outubro. Faltando um mês para a Semana Farroupilha, CTGs da região se adaptam para celebrar a tradição online. Foto: Fábio Kuhn
Lajeado

A roda de chimarrão está vetada. Ao invés de churrascada e acampamento campeiro, as comemorações de 20 de Setembro, em 2020, prometem cuidados sanitários e respeito aos protocolos para manter a cultura viva. O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) estuda uma maneira de, até mesmo, acender a chama crioula sem gerar aglomerações.

Para o presidente do Piquete Morro Santo e presidente da Associação Municipal Tradicionalista Gaúcha (AMTG) de Lajeado, Daniel Becker, o desafio é cuidar a segurança de todos, mas registrar, por meio de vídeos e fotos, os ritos tradicionais para guardar na memória. “A principal ideia é realizar a movimentação para que a semana farroupilha não passe em branco”, declarou.
Os detalhes das celebrações em Lajeado serão definidos em reunião na próxima semana com a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (SECEL), no entanto, Becker adianta que haverá uma série de palestras sobre rodeios, cavalos e outros assuntos temáticos.

Ele descarta apresentações de dança, por serem coletivas, mas destaca a importância de apoiar, pelo menos, os músicos. “Temos que fazer lives, apoiar os artistas regionais. Não tem outro jeito, a gente vai entrar na onda dessas modernidades”, declarou Becker.

Uma das transmissões mais aguardadas, será o acendimento da chama crioula. Às 9h do dia 20 de setembro, que será em um domingo, uma única pessoa levará a chama até a pira, onde o fogo se mantém aceso por toda a Semana Farroupilha.

O ritual será transmitido ao vivo, pelas redes sociais, e todo o processo deve contar com no máximo quatro pessoas, todos de máscara. “Sempre lembrando que toda a programação está sujeita a alterações devido a pandemia”, pondera Becker.

Caixa dos CTGs

Os impactos econômicos também preocupam o setor. Patroa do CTG Bento Gonçalves, Marilda Oliveira, declara que a falta de eventos desde março põe o caixa do Centro de Tradições Gaúchas em risco.

“Não podemos ser hipócritas. Vivemos das festas e dos aluguéis do salão. Pagamos a luz e temos caixa para dois meses. Depois disso teremos que vender rifa de cachorrão ou alguma coisa assim”, declara Marilda.

O abono do pagamento dos direitos autorais aos artistas foi um alívio grande aos empreendimentos do setor. Conforme a patroa, O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) parou de cobrar as taxas, que repassava aos artistas, dos CTGs.

Acampamento

O presidente do AMTG, Daniel Becker, descartou a possibilidade de acampamento no Parque dos Dick, o que ocorreu nos últimos anos. O vice-presidente campeiro do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Adriano Pacheco, também rechaçou o maior acampamento farroupilha do Estado, no Parque da Harmonia, em Porto Alegre.

Atividades campeiras liberadas em outubro

Após consulta ao Comitê de Análise de Dados da Covid-19, o secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, anunciou a liberação de atividades e provas campeiras em municípios com bandeira amarela ou laranja.

As provas devem seguir restrições dos decretos estaduais, normas da Secretaria Estadual da Saúde e nota informativa com 42 recomendações sobre cuidados com a prática esportiva no estado. A autorização final ficará a cargo do município sede da competição.

Agora, as regiões tradicionalistas (RT) trabalharão para regulamentar a prática campeira. Conforme a coordenadora da 24ª RT, Luce Carmen Mayer, as competições deverão reiniciar a partir do dia 1° de outubro. “Não deverá haver mudanças na Semana Farroupilha. Nos municípios da região, a maioria cancelou ou fará de forma virtual”, aponta.

Além das restrições do estado, o 24ª RT encaminhou documento com 12 itens para serem complementar os cuidados sanitários. A região conta com 82 entidades tradicionalistas, sendo 40 voltadas à prática campeira. São cerca de 5 mil participantes desses grupos.


Protocolo sanitário para a realização das provas:

• A entidade organizadora das atividades deve entregar às Secretarias de Saúde dos municípios os planos de contingência. A partir disso, prefeituras farão análise e solicitarão, se necessário, adequação dos planos com mais exigências técnicas;

• Não permitir a presença de público;

• Suspender as atividades comerciais de venda de bebidas alcoólicas localizadas até um um quilômetro do local pelo período de duas horas antes e até uma hora após o fim da competição. Comércio ambulante está proibido no raio de um quilômetro;

• Permitir a entrada nas dependências da competição e dos treinamentos somente vestindo máscara e com aferição de temperatura.

• Estruturas de alojamento para competidores com distanciamento entre uma pessoa e outra de pelo menos 5 m;

• Inscrições antecipadas para evitar aglomerações no cadastramento e a organização dimensionar o número de pessoas envolvidas;
competidores. Todos de máscara;

• Os eventos são permitidos apenas nas regiões em bandeira laranja ou amarela, conforme o Distanciamento Controlado.

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