Investigação persistente sobre os autores de assassinatos, o cerco contra as gangues de drogas e operações conjuntas entre as forças de segurança. Essas três estratégias são apontadas como os motivos da redução do número de crime na região.
É o que afirma o delegado regional da Polícia Civil, José Romaci Reis. Essa tendência pode ser confirmada a partir dos indicadores criminais. Os dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) demonstram redução nas principais ocorrências em 38 municípios do Vale do Taquari.
A queda é mais sentida nos furtos e roubos. Os assaltos a mão armada para levar veículos teve a maior retração. Enquanto os sete primeiros meses de 2019 tiveram 66 ocorrências, neste ano o total foi de 32, uma redução de 51,5%.
O delegado realça que com menos movimento nas ruas devido à pandemia, em especial à noite, houve um arrefecimento da criminalidade. Essa situação também pode ser percebida, diz, pela redução do assalto a pedestres.
Esse índice de queda no roubo de veículos na região é muito superior à média estadual. Na análise do delegado, o trabalho preventivo, de patrulhas ostensivas da Brigada Militar, pela Rocam, é um dos fatores determinantes para essa redução.
Pelos dados do Piratini, os sete primeiros meses deste ano tiveram o melhor resultado desde 2003, quando foram contabilizados 5.029 roubos de veículo. Em 2019, a soma do início do ano até o fim de julho foi de 6.912 roubos de veículos. Neste ano, esse total caiu 20,6%, para 5.490 ocorrências.
Menos dois assassinatos
Em relação aos homicídios, há uma estabilidade. De janeiro a julho deste ano, 29 pessoas foram mortas na região. No mesmo período do ano passado, foram 31 assassinatos.
Conforme o chefe da PC no Vale, a maioria dos crimes contra a vida tem relação com o tráfico de drogas. Para coibir esses crimes, Reis avalia as estratégias de operações integradas, com troca de informações entre os órgãos de segurança.
Para o delegado, o trabalho deve se concentrar tanto para evitar o comércio de entorpecentes quanto na disputa relacionada ao controle das áreas de tráfico.
Em relação ao Estado, os sete primeiros meses deste ano tiveram uma queda de 8% no número de homicídios. Foram 1.134 homicídios no período em 2019, contra 1.042 neste ano, o menor total para o intervalo desde 2011, quando o número de vítimas foi de 1.031.
Estratégia conjunta
Desde 2018 foi instituído o Gabinete de Gestão Integrada (GGI) de Lajeado. A organização é composta por integrantes das forças de segurança, Ministério Público, Defensoria Pública, sociedade civil organizada e administração municipal de Lajeado.
A partir das reuniões mensais, diz Reis, são avaliados os locais das ocorrências, buscado dados específicos sobre horários, dia da semana e características dos crimes.
A partir da troca de informações, são criados planos de atuação intensiva sobre esse mapeamento. “Fazemos um levantamento mês a mês para estabelecer medidas com base nas evidências, afirma o secretário de Segurança Pública de Lajeado, Paulo Locatelli.
A maioria dos crimes tabulados pelo gabinete, pela análise a partir de janeiro de 2018 até junho deste ano, concentra-se em três bairros (Centro, Santo Antônio e Conservas).
Detalhes
Os dados da SSP mostram redução nos principais crimes. A tabulação considera o período de 1º de janeiro até 31 de julho, com base nas ocorrências em 38 cidades do Vale do Taquari.
