“O downhill é a fórmula 1 do skate”

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“O downhill é a fórmula 1 do skate”

Morador de Arroio do Meio, Jeremias Gasparoto começou a andar de skate aos 11 anos. Hoje, aos 20, é profissional do esporte, mas não perde o espírito de diversão entre amigos quando treina para competições nacionais e internacionais. Em 2016, foi campeão sul americano de downhill.

“O downhill é a fórmula 1 do skate”
Vale do Taquari

• Como foi seu início no skate?

Comecei andando na pista em frente à minha casa com um skate da modalidade street, aos 11 anos de idade. Aos 13, ganhei um longboard e comecei a descer algumas ladeiras. Desde lá, não parei mais de andar de skate. Meus pais sempre me apoiaram. Se não fossem eles, não teria como ter participado dos eventos em que participei.

• Como você se tornou profissional?

No ano passado participei dos eventos que valiam pela CBSK (Confederação Brasileira de Skate), competindo como amador, e fui vice campeão em Monte Alegre do Sul, SP. Fiz pedido de profissionalização e fui aprovado pelo comitê.

• O skate é sua principal fonte de renda? Você tem outro trabalho?

Comecei andando de skate por diversão e assim será! Eu trabalho como instalador hidráulico com meu pai nos dias de semana. Fazemos encanamento em obras, desde esgoto até água quente e manutenções em geral. Sempre que sobra um tempinho, vou na pista andar. Fins de semana, sempre que possível, combinamos de andar com os amigos em alguma ladeira. Vamos bastante pra Westfália, que tem uma ladeira bem completa, ou então pra Serra que tem incontáveis.

• Que ladeira mais te marcou?

Uma ladeira muito marcante com certeza é a da Lagoa da Harmonia, em Teutônia. Ultrapassamos os 110 km/h durante a corrida. Dificilmente vamos treinar lá fora de evento, pois é perigoso, o asfalto ruim e porque hoje gostamos mais de andar nas curvas.

• O skate dá retorno financeiro?

Skate nunca me deu um retorno financeiro. Até 2016, meus coroas me levavam e era tudo do bolso deles. Com 16, 17 anos, comecei a trabalhar, pagar as coisas do meu bolso. De lá para cá, vou andando onde posso. Circuito mundial não corri mais, porque é muito custo. No Rio de Janeiro, em 2018, a gente perdeu um amigo durante um evento mundial, uma coisa que não poderia ter acontecido. Desde lá, nós brasileiros não participamos mais. Agora participo do circuito nacional.

• É muito alto o investimento para praticar downhill?

Skate é um esporte que não tem incentivo. Tem evento que os organizadores têm que tirar do próprio bolso Em Teutônia, dá uns 40 mil só em feno. É toda uma estrutura. O meu skate hoje custa em torno de R$ 3 mil, mais equipamento de proteção, uns R$ 500 de capacete e a roupa custa em torno de R$ 1 mil. Cada competição, vai uma roda por descida. É como se fosse uma fórmula 1. O downhill é a fórmula 1 do skate. É bastante gasto. Tem algumas marcas que apoiam, pessoas que acreditam no meu sonho de viver do skate.

• Qual a situação do esporte no Vale do Taquari?

A gente tem muitas ladeiras boas na região. Em Doutor Ricardo tem uma no caminho da gruta. Tem uma muito boa em Sério, próximo a Forquetinha. Ali daria para fazer evento mundial. Se não tem prefeitura ou um patrocinador grande, é impossível viabilizar um evento.

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