Comunidade exalta trajetória de ícone  da educação rural

Centenário de Guillebaldo Ahlert

Comunidade exalta trajetória de ícone da educação rural

Guillebaldo Ahlert foi o primeiro professor do interior a receber distinção de Educador Emérito do RS, na década de 70

Comunidade exalta trajetória de ícone  da educação rural
Foto de Ahlert em 1958 com um grupo de alunos da Escola Sete de Setembro, um dos colégios onde o professor ensinou nos 35 anos de carreira
Vale do Taquari

Docente por mais de 35 anos, vereador em quatro legislaturas, representante de entidades esportivas e um dos líderes da Liga de Cantores do Vale do Taquari. Essas foram algumas das atribuições de Guillebaldo Ahlert. Caso estivesse vivo, o morador de Estrela que dedicou a vida ao ensino de crianças no interior completaria 100 anos nesta segunda-feira, 17.

O professor Ahlert, como era mais conhecido, lecionou em uma época que seis turmas eram colocadas numa mesma sala. No auge da carreira, quando atendia duas escolas no então distrito estrelense do Corvo (hoje Colinas), tinha mais de 130 alunos e andava cerca 10 quilômetros por dia a cavalo de um educandário a outro.

“Ser educador era uma grande doação naquela época”, afirma uma das filhas, Isoldia. Além de professor, Ahlert também era considerado liderança local e era procurado para auxiliar em assuntos relacionados à comunidade.

O destaque da carreira foi o título de “Educador Emérito” recebido das mãos do então governador, Sinval Guazelli, em 1975. Ahlert foi o primeiro professor do interior a receber a distinção.

Guillebaldo Ahlert

Anos antes, em 1970, o profissional já havia sido indicado pelo Ministério do Exterior para participar de um programa educacional na Alemanha. Foi uma oportunidade para trazer experiências daquele país europeu para a realidade local.

Em relato colhido por parentes com ex-alunos e autoridades locais, Ahlert é lembrado pela facilidade de ensinar, pelos conselhos e pelo controle em sala de aula. O professor faleceu em 5 de janeiro de 1979 e tem como descendentes vivos três filhas, seis netos, nove bisnetos e um trineto.

Carreira profissional

Ahlert estudou na Escola Particular de Linha Schmidt (Estrela) e Escola de Instrução Militar e Tiro de Guerra. Também cursou o Colégio Lajeadense (atual Colégio Evangélico Alberto Torres) e participou de vários cursos de aperfeiçoamento no Departamento do ex-Sínodo Riograndense, em São Leopoldo.

O professor iniciou a carreira em 1940, na Escola Particular Sete de Setembro, no Distrito de Corvo. Em 1945, foi nomeado professor municipal para a Escola José Bonifácio, passando a se desdobrar entre atividades do ensino particular e municipal. Em 1946, assumiu a Escola Evangélica Ipiranga. Com o grande número de alunos, em 1967 a filha Gudrun começou a auxiliar o pai no trabalho docente.

Vida pessoal

Filho de Frederico e Sofia Elisabeth, Ahlert nasceu na Linha Schmidt, em Estrela. Foi casado com Erna Goldmeier Ahlert e teve três filhas. Todas se tornaram professoras: Gudrun Ahlert, 79, casada com Mirgon Rahmeier (falecido); Isoldia Ahlert, 75, casada com Erni Röhsig; e Gundela Ahlert, 72, casada com Breno Closs (falecido).


“Grande Educador. Sempre tinha uma palavra de estímulo aos seus alunos”

Maria Ofélia Moesch, 95, ex-coordenadora da 4ª Região

“Exemplo de líder na vida comunitária e política. Serviu como inspiração para a formação do desenvolvimento das escolas comunitárias”

Ary Herrmann, 79, ex-prefeito de Colinas

“Foi um ótimo professor. Tinha autoridade. Lembro-me que tínhamos que estudar a tabuada. Aprendi. Uso todos os dias. Nunca mais esqueci”

Baldi Schmidt, 77 anos, ex-aluna

“Os valores que meu avô preconizava na minha infância ainda são referência hoje em minha vida. Era um homem a frente de seu tempo”

Lisete Rahmeier Röhsig, 58, neta e professora

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