O risco Brasileirão

Opinião

Caetano Pretto

Caetano Pretto

Jornalista

Colunista esportivo.

O risco Brasileirão

Lajeado

Sei que é pedir demais que a CBF seja sensata e trabalhe apenas pensando no bem dos jogadores, e não no imenso lucro que o futebol brasileiro proporciona. Mas, a entidade errou, e erra, mais uma vez.

Começar o Campeonato Brasileiro em meio ao pico da pandemia foi um erro. Insistir nele também é. Até o momento, mais de 150 jogadores da primeira divisão já foram contaminados com o covid-19. Pelo menos 40 deles se contaminaram entre a primeira e a segunda rodada, sendo 10 deles atletas do Goiás. Isso tudo só na Série A.

Na Série B, o CSA teve oito jogadores testando positivo antes da primeira rodada. Mesmo assim, o time foi obrigado a enfrentar o Guarani, e até ganhou. Depois do jogo, nova rodada de testes comprovou que 80% do elenco do time alagoano está contaminado com o coronavírus.

Sei que o futebol também é um produto, um mercado. Os jogadores, e os clubes, precisam de dinheiro para sobreviver. Mas enquanto eles jogam, se contaminam, e botam suas vidas em risco, a CBF goza do lucro recorde obtido em 2019 e nem o protocolo de segurança e higiene consegue entregar de forma correta.


A revelação que vem da Favela

Uma das histórias mais interessantes nesta retomada do futebol é do jovem Patrick de Paula, volante do Palmeiras. Aos 20 anos e com apenas 14 jogos como atleta profissional, ele teve a responsabilidade de decidir o Campeonato Paulista para o time comandado por Luxemburgo. Foi ele quem fez o último gol na decisão por pênaltis que garantiu ao Palmeiras um título que não conquistava há 12 anos.

A história fica melhor quando conhecemos a origem do jogador. Ele foi contratado pelo Palmeiras em 2017, aos 17 anos, quando se destacou na Taça das Favelas, atuando pelo bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro.

Agora, aos 20 anos, ele já é titular do Verdão e uma das principais promessas deste Brasileirão. Jovem, negro, favelado, e com um mundo à conquistar.


Voa, Cebolinha

Everton partiu ontem para Portugal, onde nos próximos dias será apresentado pelo Benfica. Ele deixa o Grêmio com o status de ídolo e como um dos melhores jogadores da história gremista. Em Portugal, vai encontrar um campeonato em que conseguirá se sobressair e, quem sabe, logo dar voos maiores.

 

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