Conceito de cidade inteligente esbarra em problemas básicos

Debates A Hora

Conceito de cidade inteligente esbarra em problemas básicos

Para debatedores, formação de ‘smartcities’ depende de melhorias em serviços essenciais, como coleta de lixo, saneamento e transporte público

Conceito de cidade inteligente esbarra em problemas básicos
No programa Debates A Hora de ontem, participantes defenderam medidas simples capazes de contribuir na formação de uma cidade melhor no futuro. Créditos: Fabio Kuhn
Lajeado

Para avançar no conceito de uma cidade inteligente, antes é necessário garantir a eficiência nos serviços básicos à população. Essa foi a tônica do programa Debates A Hora, na tarde de ontem, transmitido na Rádio A Hora 102.9.

O tema da discussão foi: “como a ocupação dos espaços públicos desperta cidade criativas e deve pautar planos de governo”.

O programa contou com a presença da presidente da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Vale do Taquari (Seavat), Cátia Bertelli; do conselheiro do Comitê dos arquitetos e Urbanistas do RS, o arquiteto Rodrigo Spinelli; e do geólogo, agricultor e vice presidente do Conselho de Meio Ambiente e Saneamento do município, Cristiano Danieli.

Estruturação de serviços básicos

Na avaliação de Rodrigo Spinelli, o saneamento básico é a questão mais latente no momento. “Na pandemia, as autoridades sanitárias pedem: lavem as mãos. E muitos não têm água potável para conseguir fazer o mínimo”, avaliou.

Spinelli cita como exemplo a construção de uma estação de tratamento de esgoto em Lajeado que não funciona como deveria por falta de efluentes, que acabam em sumidouros. O profissional defende que a ligação das residências ao sistema de tratamento deveria ser obrigatória.

Cidade para as pessoas

Spinelli destacou que o conceito de cidade inteligente não se baseia necessariamente em avanços tecnológicos massivos, mas em uma cidade que funciona.

“Cidade inteligente é aquela que consegue prestar da melhor forma possível os serviços ao seu cidadão. Água, esgoto, lixo, saúde. Tudo que está à disposição do cidadão tem que ser eficiente”, defende.

Hora de pensar o crescimento

Para Cátia Bertelli, Lajeado tem a oportunidade de pensar como e para onde a cidade deve crescer.

“Nós temos condições ainda de programar um futuro. Tem cidades que já estão tentando sobreviver, porque cresceram errado. Nós estamos em um momento de crescimento em que agora é a hora deste planejamento”, avaliou.

Repensar a principal via

Um projeto de requalificação que torne a rua Júlio de Castilhos mais “caminhável” foi uma das necessidades levantadas pelos debatedores. Inclusive, com a possibilidade de um regramento específico para a principal via da cidade.

Cátia citou exemplos de grande cidades em que ruas movimentadas são fechadas aos carros nos fins de semana, como a Avenida Paulista, em São Paulo, e a avenida Beira Rio, em Porto Alegre.

Praias de Lajeado

Cristiano Danieli chamou atenção para o baixo aproveitamento das áreas à beira do Rio Taquari pela população.

“Nosso potencial hídrico é subutilizado. Nós temos uma praia enorme, são 5 hectares de cascalho, em Carneiros. Eu vou lá e mais umas 15 pessoas. Isso precisa ser pensado”

Danieli cita uma exposição feita a partir de fotos de dez praias fluviais acessíveis por terra em Lajeado. “Quem não lia a descrição achava maravilhoso e perguntava onde era“, recorda.

Acompanhe
nossas
redes sociais