Urubus invadem lares e perturbam moradores de Lajeado

Aves no Centro

Urubus invadem lares e perturbam moradores de Lajeado

Aparição de aves se tornou mais frequente nas últimas semanas e pode ter relação com a enchente

Urubus invadem lares e perturbam moradores de Lajeado
A presença dos animais incomoda o aposentado Décio Schnack. Foto: Gabriel Santos
Lajeado

Eles já se tornaram vizinhos de muitos moradores da área central de Lajeado. Conforme relatos, alguns se instalaram nas redondezas e passaram a invadir apartamentos, cozinhas e até tomar banho de piscina.

O aposentado Décio Schnack, 80, mora em um apartamento na rua Capitão Leopoldo Heineck faz mais de 20 anos. Conta que o problema se tornou rotineiro nas últimas semanas. Os animais ficam abrigados em um prédio que está abandonado há anos e sobrevoam diariamente outros apartamentos.

Com os bichos indesejáveis, a saída encontrada por Décio foi fechar a casa, contrariando as orientações de saúde em meio à pandemia. “Se não faço isso, eles entram na minha casa. No domingo estavam na cozinha”, descreve.

Recentemente o morador também fez protocolos na Secretaria de Meio Ambiente. A reivindicação é que o poder público faça uma intervenção em um prédio abandonado e feche as aberturas que servem de abrigo aos urubus. “A única orientação que me deram foi de instalar grades de proteção”.

Oito anos de convívio

Jaqueline Ribeiro mora em apartamento em Lajeado faz oito anos. Segundo ela, os animais já fazem parte da rotina da família. “O único problema é com a aparência, é um animal que assusta”, diz.

Próximo ao apartamento dela, cerca de sete animais sobrevoam as redondezas. O refúgio escolhido é a parte antiga de um supermercado onde estão instaladas reservatórios de água. “Confesso que isso não me incomoda muito. Mas a presença deles por aqui estranha bastante”.

Adaptação aos centros urbanos

Para o médico veterinário e professor do curso de Ciências Biológicas da Univates, Ivan Cunha Bustamante Filho, a invasão de urubus em apartamentos pode estar relacionada com a adaptação do animal aos grandes centros urbanos que vem crescendo ano após ano.

Acúmulo de lixo, terrenos baldios, prédios abandonados podem ser os atrativos. “É nestes locais que se concentram os ratos, ratazanas, gambás e carcaças. Tudo isso serve de alimentos para os urubus, que são necrófagos – dieta que se baseia na ingestão de carne dos cadáveres de outros animais”.

Outro fator que pode ter influência na atração dos animais é a enchente registrada no início do mês de julho, que trouxe muitos entulhos para a área central de Lajeado. “Muitos ninhos podem ter sido deslocados. Assim eles acabam procurando os prédios como refúgio”.

Como forma de evitar a chegada de urubus em sacadas ou outros ambientes, a recomendação é que o morador deixe os locais limpos e higienizados, o que pode inibir a presença desagradável do animal.

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